Empresas de diferentes estados foram condenadas por assédio eleitoral durante as eleições de 2022, quando empregadores recorreram a práticas como ameaças de demissão, promessas de vantagens financeiras e até distribuição de alimentos para induzir funcionários a votar no então candidato Jair Bolsonaro (PL).
Segundo levantamento da Folha de S. Paulo, o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu mais de 3 mil denúncias no período. As investigações resultaram em centenas de ações judiciais e 560 termos de ajuste de conduta, além de mais de 100 processos ajuizados contra empresas.
Práticas ilegais de pressão política
As decisões judiciais mostram que companhias chegaram a:
- Espalhar adesivos e mensagens de apoio a Bolsonaro nos locais de trabalho;
- Organizar palestras políticas durante o expediente;
- Prometer benefícios em troca de voto;
- Associar a eleição a uma “guerra espiritual”;
- Intimidar funcionários, sugerindo que uma vitória de Lula (PT) poderia resultar em prejuízos e demissões;
- Escalar trabalhadores em horários atípicos para dificultar a ida às urnas.
Em alguns casos, vídeos e mensagens foram usados para pressionar diretamente empregados a declarar apoio ao ex-presidente. Em todas as situações analisadas, a Justiça reconheceu a prática de coação eleitoral.
Impacto no processo democrático
Para especialistas, os episódios representam uma atualização do coronelismo político, ameaçando não apenas a liberdade individual do voto, mas também a integridade do processo democrático.
Redação