Mauro Cid e Alexandre Ramagem prestaram depoimento ao ministro Alexandre de Moraes; sessão será retomada nesta terça-feira (10)
O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, nesta segunda-feira (9), o primeiro dia de interrogatórios dos réus do chamado núcleo 1 da trama golpista atribuída ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. As oitivas foram conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, e se estenderam por cerca de seis horas.
Prestaram depoimento Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A sessão foi suspensa ao final dos dois interrogatórios e será retomada nesta terça-feira (10), às 9h, com o depoimento do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.
Mauro Cid confirmou que participou de uma reunião em que foi apresentado a Jair Bolsonaro um documento propondo estado de sítio e a prisão de ministros do STF. Também afirmou ter recebido dinheiro do general Braga Netto em uma sacola de vinho, para ser repassado ao major Rafael de Oliveira, integrante do esquadrão de elite conhecido como “kids-pretos”.
Já Alexandre Ramagem negou o uso da Abin para monitorar ilegalmente ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além de Garnier, ainda serão interrogados até sexta-feira (13) os ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, além do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os réus respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O julgamento final deve ocorrer no segundo semestre, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Fonte: Redação com informações da Agência Brasil