Há mais de dois meses a população enfrenta a pandemia do coronavírus, que afetou todos os setores, inclusive a produção rural na Bahia. O secretário de agricultura, Lucas Costa, contou sobre o escoamento da produção até os créditos financeiros para produtores rurais.
“No início a gente teve alguns problemas com travamento de estradas e deslocamentos de trabalhadores. Entramos em contato com os prefeitos, com os outros órgãos de responsabilidade, a Seinfra do estado, a gente conseguiu sanar esse tipo de problema”, disse Lucas.
O secretário explicou que houve preocupações em alguns setores, por causa da demanda de deslocamento e também a economia do mercado.
“A cultura do melão, que está em plena safra, precisa de um deslocamento de funcionários muito grande. No início houve um certo pânico, travando as estradas, mas a gente conseguiu sanar. O outro setor que a gente se preocupou muito foi o setor dos laticínios, já que esse é extremamente sensível mercadologicamente falando, porque são produtos perecíveis. Então a gente limpou com o Sindileite, com os próprios produtores ligado a essa cadeia. Já que a maior parte do comércio, que seria com restaurantes e pizzarias, que os grandes laticínios absorvem a parte dessa demanda de produção, não prejudicando os produtores no início da cadeia, que aqui eles tem um mercado maior com relação aos outros mercados, que foram menos abalados com a Covid-19”, explicou.
De acordo com o secretário, os caminhoneiros tiveram assistência em relação a postos, restaurantes e também a mecânica, já que os caminhões precisam de manutenção.
“A gente tem que produzir no campo e essa produção tem que chegar à cidade. Essa produção se conectou muito forte com a Seinfra, buscando sempre uma assessoria com relação a postos, a restaurante, inclusive a mecânica, porque os caminhões precisam de manutenção. Hoje, a gente não tem mais relatos com relação a problemas em logística. Também com as importações, a questão marítima está atuando, não temos problemas em relação a isso. Tivemos uma preocupação também com as frutas, mas vale lembrar que a maior produção nossa vem no segundo semestre e a gente não sabe como vai estar até lá”, relatou Lucas.
O secretário disse ainda, que no início da pandemia, houve um aumento muito grande na procura de acerola e laranja. Segundo ele, a população entendeu que precisava de produtos com vitamina c, que ajudam na prevenção de gripe.
“A gente quer ver se existe alguma distorção, por exemplo, se o tomate caia no Ceasa e aumente no supermercado. No início, a gente teve um aumento muito grande na laranja e na acerola. Porque? Vitamina c e gripe. A população entendeu que seria importante ter um estoque, depois se acomodou. A gente vê interferem cia no algodão, na queda de preços na bolsa de Nova York, mas como a produção nossa é vendida de forma futura, a maioria dos contratos já estavam fechados. A soja em relação ao campo, a gente vê um preço nominal alto, quando se compara a preço polarizado está menor que o ano passado, mas o preço nominal em real alto. Os produtores não estão reclamando em relação a preço, é uma questão mercadológica ativa”, explicou o secretário.
Com relação aos créditos financeiros, o secretário disse que há pedidos para órgãos competentes para que prorroguem os financiamentos, até que a situação da pandemia se normalize.
“Algumas culturas, cadeias, tiveram seu fluxo de caixa abalados, então tiveram seu pagamento comprometido com relação aos financiamentos rurais. A gente sabe da importância e vem pedindo não só ao Ministério da Agricultura, como também ao da Economia e aos bancos, que prorroguem esses financiamentos, por um prazo pelo menos para que volte a normalidade para facilitar com que o produtor pague essas fontes. A gente precisa ter acesso a novos créditos”, completou Lucas.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) abriu um canal de comunicação para que os produtores possam tirar dúvidas, o “Fala Produtor”, através do telefone (71) 99980-5994.
Fonte G1/Bahia