O São João, uma das festas mais emblemáticas do Nordeste, está passando por uma transformação em algumas cidades baianas. Tradicionalmente realizado em praças e ruas decoradas com bandeirolas e fogueiras, o evento agora começa a ocupar espaços mais estruturados — como estádios de futebol.
Municípios como Alagoinhas, Serrinha, Conceição do Jacuípe e Eunápolis decidiram centralizar os festejos juninos em arenas esportivas, uma mudança que tem gerado debates sobre segurança, organização e preservação cultural.
🏟️ Alagoinhas estreia São João no Estádio Carneirão
Em Alagoinhas, a cerca de 180 km de Salvador, o Estádio Municipal Carneirão será o novo palco do São João 2025. Pela primeira vez, a arena vai abrigar a Arena Zé Ribeiro, que receberá artistas consagrados do forró como Adelmário Coelho, Márcia Fellipe, Flávio José e Dorgival Dantas, entre os dias 21 e 23 de junho.
Ao lado do estádio, foi montada a “Vila de Santo Antônio”, uma cidade cenográfica que funciona desde o dia 14 de junho. O espaço conta com igreja fictícia, coreto, apresentações de quadrilha junina e muito forró pé de serra, mantendo viva a essência do São João raiz.
🎯 Por que a mudança?
A prefeitura explica que a decisão de migrar os festejos para o estádio foi motivada por questões de segurança, mobilidade e logística. A estrutura oferece melhor controle do público, acessibilidade e organização para os moradores e visitantes.
“Temos um espaço central, de fácil acesso e mais seguro. Além disso, a vila está ativa enquanto os grandes shows acontecem”, destacou a gestão municipal.
A expectativa é reunir entre 120 e 130 mil pessoas ao longo dos três dias — mesmo número registrado na edição anterior, realizada em área aberta, na Avenida Joseph Wagner.
👥 Estrutura reforçada e palco inédito
Somente o estádio tem capacidade para abrigar até 22 mil pessoas, entre gramado e arquibancadas. A lotação será definida conforme normas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.
A estrutura contará com:
- Dois camarotes privados
- Camarote acessível para pessoas com deficiência, com visão privilegiada do palco
- Palco principal com 30 metros de largura, incluindo painéis de LED
- Seis camarins climatizados para os artistas
Segundo Frank Amâncio, diretor de eventos da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo (Secet), a proposta é inovar sem perder a tradição:
“É o maior palco que Alagoinhas já viu. Estamos trazendo um novo conceito de show, com o dobro do tamanho de palcos anteriores e estrutura digna de grandes festivais”, afirmou.
Redação