Ação investiga cooperativa de fachada que teria desviado mais de R$ 8,5 milhões entre 2015 e 2021
A Polícia Federal, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU/BA), deflagrou nesta quarta-feira (1º) a Operação Falsacoop, com foco em apurar supostos desvios de recursos públicos envolvendo a contratação de uma cooperativa pelo município de Feira de Santana, na Bahia. A entidade era responsável pela prestação de serviços de locação de mão de obra para unidades de assistência social.
Segundo as investigações, a cooperativa funcionava apenas como fachada, atuando em intermediação de mão de obra e executando contratos mediante superfaturamento, em prejuízo direto ao Fundo Nacional de Assistência Social, além dos fundos municipais de Saúde e Educação de Feira de Santana. As irregularidades teriam ocorrido entre 2015 e 2021.
Suposto esquema e valores envolvidos
Entre 2015 e 2020, a cooperativa recebeu mais de R$ 63 milhões, sendo que pelo menos R$ 8,5 milhões foram identificados como valores superfaturados. Parte expressiva desses recursos teria sido desviada por meio de transferências diretas ou indiretas a pessoas ligadas à direção da entidade e a empresas controladas pelos mesmos dirigentes.
As apurações apontam também indícios de fraudes em licitações e de operações financeiras voltadas à lavagem de dinheiro, utilizadas para ocultar a origem ilícita dos valores.
Cumprimento de mandados
Nesta fase, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Salvador, Feira de Santana, Jacobina (BA) e Joinville (SC). Além disso, a Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 8 milhões em bens e ativos dos investigados, por ordem da 17ª Vara Criminal da Seção Judiciária da Bahia.
Próximos passos
De acordo com a PF e a CGU, a Operação Falsacoop busca aprofundar as investigações, identificar todos os envolvidos e responsabilizar criminalmente os autores pelos ilícitos. Os crimes investigados incluem fraude em licitação, peculato e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
A ação, segundo os órgãos, representa mais uma etapa de combate à corrupção e de proteção do patrimônio público, reforçando o compromisso de assegurar a integridade da administração pública.
Fonte: Redação com informações da Polícia Federal