A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por supostas ações realizadas nos Estados Unidos com o objetivo de pressionar autoridades brasileiras. O ministro Alexandre de Moraes, designado relator do caso por decisão do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, já determinou o sigilo da investigação.
O pedido foi motivado por publicações em redes sociais e declarações em entrevistas à imprensa, nas quais o parlamentar teria adotado um tom considerado intimidatório. Segundo a PGR, as manifestações de Eduardo visam pressionar agentes públicos, especialmente os responsáveis por investigações, denúncias e julgamentos no âmbito da Ação Penal contra Jair Bolsonaro e aliados.
“Há um manifesto tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na Ação Penal”, afirma trecho do documento da PGR. “Percebe-se o propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação”.
Ações internacionais e suposta tentativa de interferência
De acordo com informações divulgadas pelo G1, a Procuradoria apontou que há indícios de que o parlamentar buscou sanções internacionais contra integrantes do Poder Judiciário brasileiro, o que, segundo o órgão, caracterizaria uma tentativa de interferência indevida em processos judiciais em andamento.
“As evidências conduzem à ilação de que a busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa a interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal”, afirma outro trecho do documento.
Contexto: julgamento de Bolsonaro e pressão internacional
A apuração acontece em meio ao avanço de ações penais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por uma série de condutas que vão desde tentativa de golpe até uso de fake news para minar a confiança no processo eleitoral. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, tem feito visitas frequentes aos EUA, onde se reuniu com parlamentares e representantes de grupos conservadores.
O inquérito poderá esclarecer se houve tentativa articulada de constranger autoridades brasileiras, especialmente ministros do STF, por meio de pressão política e diplomática internacional.
Redação