O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para adiar as audiências do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os advogados de Bolsonaro alegaram que precisavam de mais tempo para analisar novas provas incluídas recentemente no processo. No entanto, Moraes considerou que o material anexado não altera os fatos centrais já apresentados na denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Audiências começam nesta segunda-feira
As oitivas terão início nesta segunda-feira (20) e incluirão depoimentos de testemunhas apontadas pela PGR. Entre os nomes convocados estão os ex-comandantes das Forças Armadas Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Baptista Junior (Aeronáutica), além do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
De acordo com investigações da Polícia Federal, Bolsonaro teria discutido com militares uma proposta para reverter o resultado das eleições de 2022 — o que, segundo a PGR, caracterizaria tentativa de ruptura institucional.
Políticos e militares entre os depoentes
Outros nomes que prestarão depoimento ao longo da semana incluem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, e os senadores Hamilton Mourão, Ciro Nogueira e Rogério Marinho — todos com histórico de ligação política com o ex-presidente.
Já na quarta-feira (22), será a vez de testemunhas indicadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um dos delatores no caso. Entre elas está o ex-comandante do Exército, Júlio Cesar de Arruda, que também será ouvido pela PF.
Inquérito segue em fase decisiva
O inquérito é um dos mais delicados envolvendo o ex-presidente e poderá ter desdobramentos criminais significativos. As oitivas desta semana são vistas como etapa crucial para confirmar a versão de que houve articulação ativa com membros das Forças Armadas para questionar o resultado das urnas.
Redação