O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta terça-feira (2) ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A sessão da manhã foi marcada pela leitura do relatório do caso, feita pelo ministro Alexandre de Moraes, e pela manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Moraes defende democracia e condena impunidade
Na abertura do julgamento, Alexandre de Moraes fez um discurso contundente em defesa da democracia brasileira. Segundo o ministro, a pacificação nacional não pode ser confundida com impunidade. Ele classificou a atuação dos acusados como “covarde e traiçoeira”, afirmando que houve tentativa de coação ao Poder Judiciário.
Moraes também mencionou articulações internacionais ligadas ao governo de Donald Trump, citando sanções dos Estados Unidos como parte da pressão externa. “A história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções”, declarou.
PGR reforça pedido de condenação
Em seguida, Paulo Gonet apresentou a posição da Procuradoria-Geral da República (PGR), defendendo a condenação dos oito réus. Ele rejeitou os argumentos das defesas, que alegam ausência de atos concretos, e afirmou que a preparação para o golpe já configura crime contra o Estado Democrático de Direito.
“O plano incluía a criação do caos como estratégia para atrair apoio militar”, disse Gonet, citando episódios como incêndios de veículos e a tentativa de explosão de um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília.
Réus enfrentam penas que podem chegar a 43 anos
Os acusados respondem por cinco crimes:
- Organização criminosa armada
- Golpe de Estado
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Deterioração de patrimônio tombado
- Dano qualificado contra patrimônio da União
Somadas, as penas pedidas contra Bolsonaro podem chegar a 43 anos de prisão.
Julgamento segue até sexta-feira (12)
A sessão da manhã foi encerrada após a fala do procurador-geral e será retomada às 14h, com as manifestações das defesas. Cada advogado terá até uma hora para apresentar seus argumentos. O julgamento está previsto para se estender até sexta-feira (12), quando os ministros devem decidir pela condenação ou absolvição dos réus.
Redação