Ex-presidente cumpre prisão domiciliar determinada pelo STF e deve passar a noite no hospital DF Star
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado nesta terça-feira (16) no Hospital DF Star, em Brasília, após apresentar um quadro de mal-estar, com queda de pressão arterial, vômitos e episódios de pré-síncope. A informação foi confirmada pela sua defesa ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela decisão que determinou a prisão domiciliar do ex-chefe do Executivo.
Segundo o cardiologista Leandro Echenique, Bolsonaro precisou de atendimento de emergência em razão do agravamento do quadro clínico. Ele foi levado ao hospital por policiais penais que monitoram sua residência, medida que não configurou descumprimento da decisão judicial. De acordo com a determinação do STF, Bolsonaro pode receber atendimento hospitalar em caso de urgência, desde que seja apresentado um atestado médico em até 24 horas.
Situação clínica
De acordo com boletim médico, Bolsonaro permanecerá internado ao menos durante a noite. Na porta do hospital, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, relatou que o pai sofreu um espasmo no diafragma, o que dificultou a respiração e provocou vômitos.
No último domingo (14), Bolsonaro já havia passado por procedimento cirúrgico para retirada de oito lesões de pele no tronco e no braço direito. As amostras foram encaminhadas para biópsia. Exames complementares também diagnosticaram anemia e uma imagem residual de pneumonia por broncoaspiração. O hospital informou que o ex-presidente recebeu reposição de ferro endovenosa e seguirá em avaliação para tratamento adicional.
Em abril deste ano, Bolsonaro já havia sido submetido a uma cirurgia no intestino, consequência das complicações médicas decorrentes da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018.
Contexto judicial
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por ordem do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga tentativas de interferência no processo que apura a trama golpista. Na semana passada, por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF o condenou a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O ex-presidente também é investigado, ao lado do filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por articular, junto ao governo de Donald Trump, medidas de retaliação contra o Brasil e contra ministros do STF, incluindo o lobby pela aplicação da Lei Magnitsky e o cancelamento de vistos de autoridades brasileiras.
📌 Com informações da defesa de Jair Bolsonaro e boletins médicos do Hospital DF Star