Vítima foi morta com cerca de 20 facadas após ser confundida com integrante de facção rival; dois suspeitos confessaram o crime e estão presos
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Feira de Santana solucionou, em menos de 48 horas, o assassinato de Gilson dos Santos Damasceno, de 41 anos, ocorrido na madrugada da última segunda-feira (3), no bairro Expansão Feira IX. A vítima, que possuía deficiência mental, foi brutalmente morta com aproximadamente 20 golpes de faca após ser confundida com um membro de uma facção criminosa rival. Dois suspeitos foram identificados, presos e estão à disposição da Justiça.
Homem se perdeu após sair da igreja
Segundo o delegado Gustavo Coutinho, titular da DHPP, Gilson morava no bairro Queimadinha e havia saído de casa no domingo à noite para ir à igreja com a família. “Ele convivia normalmente com os familiares. Desde criança tinha problemas mentais, resultantes de uma queda. Após sair da igreja, se perdeu e acabou indo parar no bairro Expansão Feira IX. Não sabemos exatamente como chegou até lá”, explicou o delegado.
Crime brutal motivado por rivalidade de facções
De acordo com as investigações, os suspeitos — ligados a uma facção criminosa que atua na região — abordaram Gilson e o interrogaram sobre sua origem. Ao ouvir que ele morava na Queimadinha, bairro rival, passaram a agredi-lo violentamente. “Somente pelo fato de ele dizer que era do bairro Queimadinha foi suficiente para ser assassinado de forma brutal. Foram diversas facadas, quase 20. Ele chegou a ser socorrido pelo SAMU, mas não resistiu”, detalhou o delegado Coutinho.
Suspeitos confessam o crime após cerco policial
As imagens de câmeras de vigilância foram fundamentais para a elucidação do caso. Após o trabalho de identificação da DHPP e o cerco montado pela polícia, os autores se apresentaram espontaneamente acompanhados de advogado. “Eles confessaram o crime, alegando que estavam sob efeito de bebida alcoólica e não se lembravam direito do que aconteceu. Mesmo assim, pedimos a prisão preventiva, que já foi decretada pela Justiça”, afirmou o delegado.
Crime causa comoção e expõe a violência nas comunidades
O assassinato causou profunda comoção entre familiares, vizinhos e moradores dos bairros envolvidos. O delegado classificou o caso como “bárbaro e repugnante”, reforçando que a vítima não tinha qualquer envolvimento com o crime organizado. “Foi morta injustamente por pessoas que julgaram sua origem. É uma tragédia que mostra o quanto a violência ligada às facções ainda destrói vidas e amedronta comunidades inteiras”, lamentou Coutinho.
Tráfico de drogas ainda é motor da violência
O delegado também destacou que o tráfico de drogas segue sendo o principal fator por trás da maioria dos homicídios registrados em Feira de Santana. “Entre 80% e 90% dos assassinatos na cidade têm relação direta ou indireta com o tráfico. Apesar disso, tivemos este ano uma redução de mais de 40% nos índices de homicídios, resultado do trabalho integrado entre as polícias Civil e Militar”, ressaltou.
Investigações continuam
Com a prisão dos dois suspeitos, a DHPP agora investiga a possível ligação deles com outros crimes cometidos na região. “A sociedade precisa de respostas rápidas e firmes, e é isso que estamos fazendo. Crimes como esse não ficarão impunes”, concluiu o delegado Gustavo Coutinho.
*Com informações da Polícia Civil e DHPP de Feira de Santana*










