O número de golpes contra microempreendedores individuais (MEIs) disparou no país: as reclamações cresceram 400% em um ano, segundo a plataforma MaisMei. Na Bahia, onde há 811 mil MEIs, vítimas relatam fraudes por WhatsApp, telefone e e-mail, com cobranças indevidas e links maliciosos que simulam páginas oficiais.
A estrategista de marketing Ana Flávia Farias, 30, caiu em um golpe após receber mensagem com layout semelhante ao do governo, informando “atraso no pagamento do MEI”. “Eles fazem algo muito parecido com a plataforma oficial e pegam qualquer pessoa desprevenida”, contou.
Criminosos usam artifícios como boletos falsos e sites que prometem abertura ou regularização do MEI, além de supostas “taxas” — como contribuição confederativa, registro anual ou taxa associativa. Há casos de cobranças que imitam o Simples Nacional e de contatos insistentes por telefone e WhatsApp com links para páginas falsas.
Especialistas explicam que a facilidade para golpes aumenta porque, ao formalizar o MEI, dados como nome, CPF/CNPJ, endereço, e-mail e telefone acabam associados a registros públicos. Embora a transparência apoie relações comerciais, expõe o microempreendedor a abordagens abusivas e fraudes.
O Ministério do Empreendedorismo reforça que o Portal do Empreendedor não envia cobranças por WhatsApp, SMS ou ligações. Toda comunicação oficial ocorre exclusivamente pelo ambiente do gov.br/mei. Já o Sebrae aponta os golpes mais comuns: boleto indevido, site falso para abertura de MEI, “retificação de dados” por e-mail, falso auxílio ao empreendedor, “DAS-MEI” fake, empréstimos inexistentes e fornecedores fraudulentos.
Como se proteger
Verifique qualquer cobrança diretamente no gov.br/mei; não clique em links recebidos por mensagens; confira o CNPJ do emissor no boleto; desconfie de “taxas” que não existem; e registre boletim de ocorrência em caso de fraude. Para orientação, procure o Sebrae e o Procon.
Redação