Setor registrou alta de 0,8% frente a julho, impulsionado por artigos farmacêuticos e combustíveis
Por Redação | 17 de outubro de 2025
As vendas do comércio varejista baiano mantiveram trajetória de crescimento em agosto de 2025, com alta de 0,8% em relação ao mês anterior, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento do Estado.
Na comparação com o mesmo período de 2024, o varejo baiano cresceu 0,9%, acompanhando o ritmo nacional, que registrou 0,4% de alta mensal e 0,2% no índice sazonal. No acumulado do ano, a Bahia soma avanço de 0,9%, enquanto o Brasil apresenta 1,6%.
⚖️ Cautela com o consumo
Apesar do resultado positivo, a SEI avalia que o crescimento deve ser interpretado com cautela. O indicador reflete uma acomodação da atividade econômica, já observada na Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que apresentou leve recuo de 0,3% em agosto — movimento associado à piora na percepção sobre o mercado de trabalho e acesso ao crédito.
Os níveis de endividamento e inadimplência também acenderam o alerta. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o percentual de famílias baianas com contas em atraso subiu de 69,7% em julho para 71,3% em agosto.
Esse cenário, aliado à pressão dos preços e juros elevados, contribuiu para o baixo ritmo de expansão das vendas. Em 2024, o índice de famílias endividadas era de 65,2%; já em 2025, o número alcançou 71,3%, apontando aumento expressivo do comprometimento da renda.
📊 Segmentos em destaque
Na análise por atividades, o desempenho positivo foi puxado principalmente pelos segmentos de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com alta de 11,4%, e de Combustíveis e lubrificantes, que avançaram 4,4%. O crescimento nesses setores está ligado à demanda por produtos essenciais de saúde e à deflação dos combustíveis registrada na Bahia.
🛒 Comércio ampliado tem leve alta
No comércio varejista ampliado — que inclui o varejo restrito e as atividades de veículos, motocicletas, partes e peças, material de construção e atacado especializado em alimentos, bebidas e fumo —, as vendas cresceram 1,0% em relação a julho.
Entretanto, na comparação com agosto de 2024, houve retração de 1,4%, resultando em queda acumulada de 2,1% no ano. O principal impacto negativo veio do atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-14,4%), seguido pelo setor de material de construção (-0,5%). Já o segmento de veículos e motocicletas apresentou leve crescimento de 1,7%, ritmo menor do que o registrado em julho (4,0%).
Fonte: Ascom/SEI