O comércio varejista brasileiro registrou um avanço de 1,1% em outubro de 2025 na comparação com o mês anterior. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram uma recuperação nas vendas, que foram impulsionadas por fatores como a desvalorização do dólar, a queda na inflação e o mercado de trabalho aquecido.
Apesar do bom desempenho mensal, o crescimento acumulado do setor em 12 meses desacelerou, atingindo 1,7%, o menor patamar desde dezembro de 2024, quando a expansão havia chegado a 4,1%. Com o resultado de outubro, o comércio está atualmente 0,5% abaixo do maior nível histórico já registrado, alcançado em março de 2025.
💻 Tecnologia e Combustíveis Lideram as Vendas
Sete das oito atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram alta na passagem de setembro para outubro.
O destaque ficou para os setores de bens duráveis e semiduráveis, beneficiados pela estabilidade de preços.
| Atividade | Variação (Setembro/Outubro) |
| Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação | 3,2% |
| Combustíveis e lubrificantes | 1,4% |
| Móveis e eletrodomésticos | 1,0% |
| Livros, jornais, revistas e papelaria | 0,6% |
| Outros artigos de uso pessoal e doméstico | 0,4% |
| Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria | 0,3% |
| Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo | 0,1% |
| Tecidos, vestuário e calçados | -0,3% (Única queda) |
De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o desempenho foi fortemente influenciado pela venda de computadores, celulares e eletrodomésticos. “As empresas aproveitaram a depreciação [desvalorização] do dólar e performaram melhor, também por conta de promoções”, explicou Santos, ressaltando que o dólar mais baixo torna produtos importados mais acessíveis.
Fatores Macroeconômicos
O analista do IBGE acrescentou que a alta nas vendas foi resultado de uma “coincidência de fatores”, incluindo a deflação em itens como alimentação no domicílio e eletrodomésticos.
Outros elementos que estimularam o consumo foram:
- Mercado de trabalho aquecido.
- Crédito à Pessoa Física: Cresceu 2,1% em outubro, mostrando que o crédito não sentiu totalmente o impacto da taxa Selic, mantida em 15% ao ano para conter a inflação.
Varejo Ampliado Estável
No comércio varejista ampliado, que incorpora atacado, veículos, motos e material de construção, o avanço mensal foi de 1,1% de setembro para outubro. Contudo, o indicador ficou estável (0%) no acumulado de 12 meses. Segundo Cristiano Santos, o resultado foi bastante influenciado positivamente pela venda de veículos e pelo atacado especializado em produtos alimentícios.
Redação com informações Agência Brasil











