Apenas 1,6% da população brasileira utiliza trens ou metrôs como principal meio de transporte para o trabalho — o equivalente a 1 em cada 60 trabalhadores. Os dados são do Censo 2022, divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Carros lideram deslocamentos; ônibus e motos seguem como principais alternativas
Segundo o levantamento:
- 32,3% dos trabalhadores passam mais tempo no trajeto dentro de carros
- 21,4% utilizam ônibus
- 17,8% se deslocam a pé
- 16,4% usam motocicletas
O uso de transporte individual motorizado é mais comum nas regiões Centro-Sul e entre pessoas com maior escolaridade e renda.
Nordeste tem perfil diferente de mobilidade
No Nordeste, o destaque é o uso expressivo de motocicletas (26%) e do deslocamento a pé, com 28,1% na Bahia, por exemplo. Ao todo, 30,4% dos trabalhadores da região utilizam meios não motorizados.
A proporção de uso de carros como principal meio de transporte é menor que a média nacional: apenas 21% dos trabalhadores nordestinos passam mais tempo no automóvel. Estados como Maranhão, Ceará e Pará também apresentam os menores índices de uso de carros.
Escolaridade e renda influenciam escolha do transporte
A pesquisa revelou que a escolaridade impacta diretamente o meio de transporte utilizado:
- Entre pessoas com ensino superior completo, 57,8% utilizam carros
- Entre os que não têm instrução ou têm apenas o fundamental incompleto, o índice cai para 18,9%
O uso de ônibus é mais comum entre trabalhadores pretos (29,5%) e com menor renda, evidenciando desigualdades sociais e regionais na mobilidade urbana.
Infraestrutura limitada e desafios para o planejamento urbano
Segundo o IBGE, a baixa participação de trens e metrôs reflete a limitação da infraestrutura de alta capacidade nas cidades brasileiras, especialmente fora do Sudeste. Para especialistas, os dados revelam um desequilíbrio na oferta de transporte público e indicam desafios urgentes para o planejamento urbano e ambiental.
Redação