Crime ocorreu em 2007; julgamento foi concluído 18 anos depois e família da vítima diz que decisão traz alívio
A Justiça condenou a 12 anos de prisão por homicídio qualificado a mulher acusada de matar o ex-namorado com um tiro na testa em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia. O júri popular foi concluído nesta quarta-feira (17), 18 anos após o crime.
O caso aconteceu em 2007, quando José Henrique Sampaio, de 50 anos, foi baleado dentro da casa da então namorada, no bairro Sítio Matias. A ré, Jamile Ferreira de Matos, tinha 23 anos na época e, segundo as investigações, foi ao encontro do ex-companheiro armada. Durante uma discussão, efetuou o disparo que o atingiu na cabeça.
José Henrique, que era servidor da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb), chegou a ficar três dias internado em um hospital particular, mas não resistiu.
Defesa alegou problemas de saúde
Jamile respondeu ao processo em liberdade e não compareceu ao julgamento, sob orientação da defesa. O advogado dela, Marco Aurélio, informou que a cliente esteve internada em 2024 no Hospital Especializado Lopes Rodrigues e que sofre de perturbações psíquicas, quadro que teria se agravado nos últimos anos.
Segundo ele, a ausência no júri foi uma decisão para preservar a saúde da acusada, baseando a defesa nos depoimentos já prestados. A defesa também pediu que o crime fosse desclassificado de homicídio doloso (com intenção de matar) para culposo (sem intenção), mas o pedido foi negado.
Família pediu justiça
Familiares da vítima acompanharam o julgamento e, antes da abertura do fórum, se reuniram do lado de fora com faixas e cartazes pedindo justiça.
“É uma dor que não passa. Não foi um tiro acidental, porque quem sai de casa armado para encontrar outra pessoa não vai se defender de alguém que está dormindo. Ela falava que, se ele não ficasse com ela, não ficaria com mais ninguém”, afirmou Érica Sampaio, filha de José Henrique.
Após a sentença, o mandado de prisão foi expedido e a condenada pode ser presa a qualquer momento. Para a família, a decisão representa um alívio depois de tantos anos de espera.
“Dá um alívio, saber que ela vai cumprir pena por ter tirado a vida do meu pai nos deixa mais aliviados”, completou Érica.
📌 Fonte: G1











