Ministro do STF também aciona Justiça para iniciar extradição da parlamentar, que está na Europa
Neste sábado (07), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) comece a cumprir de forma definitiva a pena de 10 anos de prisão à qual foi condenada por envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023.
A decisão converte a prisão preventiva em definitiva, reforça o trânsito em julgado do caso — ou seja, não cabem mais recursos — e estabelece que a parlamentar deve iniciar imediatamente o cumprimento da pena, mesmo sem a publicação do acórdão.
Além disso, Moraes notificou a perda imediata do mandato parlamentar de Zambelli, ordenando que a documentação do julgamento seja enviada à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados para que oficialize a extinção do mandato.
Extradição e lista da Interpol
Na mesma decisão, o ministro solicitou que a Secretaria Judiciária do STF encaminhe ao Ministério da Justiça e Segurança Pública os documentos necessários para dar início ao pedido de extradição da deputada, que fugiu para a Europa após ser condenada e agora está na lista vermelha da Interpol.
Em entrevista recente, Zambelli confirmou que está fora do país, mas se recusou a revelar a localização exata, informando apenas que optou pela Europa por ter cidadania italiana — condição que, segundo ela, impediria sua extradição imediata ao Brasil.
Condenação por invasão e manipulação do CNJ
A condenação de Zambelli foi confirmada na sexta-feira (6), com voto unânime da Primeira Turma do STF. O tribunal também condenou o hacker Walter Delgatti Netto, apontado como executor do ataque ao sistema do CNJ, a pedido da deputada.
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a mentora intelectual do crime, e tentou inserir no sistema do Judiciário um falso mandado de prisão contra Moraes, além de outras ações fraudulentas. A PGR destacou que o objetivo seria gerar impacto político e midiático, além de atacar a credibilidade do STF.
A pena imposta à parlamentar inclui 10 anos de prisão, inelegibilidade e o pagamento de uma multa de R$ 2 milhões.
Outro processo: porte de arma e perseguição a jornalista
Zambelli também é ré em outro processo no STF, por ter sacado uma arma e perseguido o jornalista Luan Araújo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, em São Paulo. Nesse caso, seis ministros já votaram a favor da condenação a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Com dois processos avançando e a condenação principal já definitiva, Zambelli se torna uma das figuras políticas mais atingidas pelas decisões judiciais desde os atos antidemocráticos de 2022.
Fonte: Redação com informações da Agência Câmara de Notícias