A Interpol incluiu o nome da deputada Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha, um movimento que atende a um pedido da Polícia Federal, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida surge após a parlamentar deixar o Brasil, dias depois de ser condenada a 10 anos de prisão.
A condenação de Zambelli se deu pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão forjado contra o próprio ministro Moraes no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
Fuga do país e contestação da Deputada
Zambelli deixou o país pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu. Em nota divulgada, a deputada questionou a decisão “monocrática” (individual, sem levar o caso ao plenário) de Moraes. “Denunciarei esse abuso, essa perseguição e essa escalada autoritária em todos os fóruns internacionais possíveis. O mundo precisa saber que, no Brasil, ministros do Supremo agem como imperadores, atropelando leis, calando vozes, destruindo famílias. Essa perseguição política está apenas começando a ser exposta”, afirmou a parlamentar.
Passaporte devolvido antes da condenação
Em agosto de 2023, o passaporte da deputada chegou a ser apreendido por ordem de Moraes, dentro das investigações que culminaram na condenação. Contudo, o documento foi posteriormente devolvido, o que permitiu que Zambelli deixasse o país sem essa restrição.
Possível perda de mandato e inelegibilidade
Com a condenação pela invasão aos sistemas do CNJ, Carla Zambelli deve perder o mandato parlamentar e se tornar inelegível por oito anos. A inelegibilidade não depende do trânsito em julgado da condenação (quando não há mais possibilidade de recurso) e passará a valer a partir da publicação da decisão condenatória.
A contagem desse período, entretanto, só começará após o cumprimento da pena, o que, na prática, pode afastar a deputada por pelo menos 18 anos da vida pública. Zambelli ainda pode apresentar recursos contra a condenação, conhecidos como embargos de declaração.
Redação com informações do g1