O deputado federal Zé Neto (PT-BA) voltou a criticar duramente a PEC da Blindagem, em entrevista concedida nesta quarta-feira (24), dia em que a proposta está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A emenda já foi aprovada na Câmara dos Deputados, com o voto contrário do parlamentar baiano.
“Acho que ela não vai seguir em frente no Senado e não seguiria em frente no Supremo. Isso foi forçado pela extrema direita, e o Centrão foi nessa onda. Votei tranquilo”, afirmou.
Foco deve ser na produção e justiça fiscal
Zé Neto defendeu que o Congresso concentre esforços em projetos que estimulem a economia e promovam justiça fiscal, como a proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda.
“A gente precisa de produção e não de proteção. Tem projeto importantíssimo criando condições para isentar até R$ 5 mil e reduzir até R$ 7 mil. É atualização. E nos últimos 15 anos não houve atualizações adequadas, só agora com Lula”, destacou.
Alerta contra a PEC da Anistia e enfraquecimento institucional
O parlamentar também criticou outras propostas que considera formas de blindagem, como a PEC da Anistia, e alertou para os riscos de enfraquecimento das instituições democráticas.
“A tentativa por si só é crime. Não tem sentido aquele projeto e nem a anistia. É outra situação que tem que resolver rápido”, disse, em referência a iniciativas ligadas à base bolsonarista.
Texto modificado e risco de avanço do crime organizado
Zé Neto afirmou que o texto da PEC foi bastante alterado e que há parlamentares arrependidos com o resultado final:
“Essa autorização dava uma blindagem para um deputado e podia abrir condições para que o crime organizado avançasse de maneira incisiva dentro da política.”
Redes sociais e superficialidade no debate público
Por fim, o deputado criticou o uso superficial das redes sociais por setores da extrema direita:
“Esses que gostam de lacrar esquecem que as ruas não querem só lacração. Querem encaixar o Brasil nesse cenário internacional.”
Redação