Informações cadastrais foram acessadas indevidamente por meio do sistema Sisbajud, que conecta o judiciário ao Banco Central
Um vazamento de dados envolvendo o Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud), administrado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), expôs 46.893.242 chaves Pix pertencentes a 11.003.398 pessoas. A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira (24) pelo Banco Central (BC).
A falha ocorreu nos dias 20 e 21 de julho, e permitiu o acesso indevido a diversas informações cadastrais, mais amplas do que o inicialmente divulgado. O CNJ afirma que o problema foi corrigido prontamente.
Quais dados foram expostos?
Segundo nota oficial, os dados acessados de forma indevida incluíram:
- Nome do usuário;
- CPF (Cadastro de Pessoas Físicas);
- Instituição de relacionamento;
- Agência e número da conta;
- Tipo da conta;
- Chave Pix;
- Situação da chave Pix;
- Data de criação e exclusão da chave Pix.
Inicialmente, o CNJ havia informado que apenas o nome da pessoa, a chave Pix, o nome do banco, o número da agência e da conta haviam sido acessados.
Impacto e medidas de segurança
Apesar do volume, o Banco Central e o CNJ garantem que nenhum dado sensível foi exposto, como senhas, saldos bancários ou movimentações financeiras. Os órgãos destacam que as informações acessadas não permitem qualquer movimentação de recursos ou acesso às contas.
O Sisbajud é uma ferramenta digital que conecta juízes ao Banco Central para facilitar o bloqueio de bens de devedores em processos judiciais. Ele substituiu o antigo BacenJud e é fundamental para o cumprimento de decisões judiciais que envolvem ativos financeiros.
Canal de consulta ao cidadão
O CNJ informou que disponibilizará, em breve, uma ferramenta online para que o cidadão possa verificar se foi afetado. O serviço estará disponível exclusivamente no site oficial do conselho: www.cnj.jus.br.
O órgão reforça que não fará contato por telefone, e-mail, SMS ou mensagens de aplicativo, e qualquer abordagem fora do site deve ser considerada tentativa de golpe.
Comunicação por transparência
Em comunicado anterior, o Banco Central classificou o incidente como de baixo impacto potencial, sem obrigatoriedade legal de notificação. No entanto, optou por divulgar o caso em respeito ao princípio da transparência.
Fonte: Redação com informações da Agência Brasil