O União Brasil marcou para a próxima terça-feira (2) a reunião de sua Executiva Nacional, quando deve ser oficializada a saída do partido da base do governo Lula (PT). A mudança de postura foi acelerada após críticas feitas pelo presidente durante uma reunião ministerial, realizada na última terça-feira (26), conforme revelou a Folha de S. Paulo.
Durante o encontro, Lula cobrou diretamente os ministros Celso Sabino (Turismo), do União Brasil, e André Fufuca (Esporte), do PP. O presidente também declarou que não gosta de Antonio Rueda, atual presidente do União Brasil — uma fala que gerou forte reação dentro da sigla.
“Diante das declarações de ontem do presidente Lula, consideramos que ficou mais urgente resolver essa situação de forma definitiva. Não dá mais para esperar”, afirmou o vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto.
Fim da aliança antes do previsto
Inicialmente, a federação entre União Brasil e PP previa deliberar sobre a relação com o governo apenas no fim do ano, após aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, dirigentes da legenda afirmam que “os fatos se impuseram” e que a permanência no governo se tornou insustentável.
A expectativa é de que a Executiva aprove a saída imediata da base governista, o que implicará na exoneração de Celso Sabino e de outros ocupantes de cargos de segundo e terceiro escalões indicados pelo partido. Caso decidam permanecer, esses quadros poderão sofrer sanções internas.
Ministros que não serão afetados
A orientação de saída, no entanto, não se estende aos ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações). Apesar de ligados ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ambos não são filiados formalmente ao partido.
Além disso, o União Brasil reforçou que a decisão será tomada de forma independente do PP, seu aliado na federação. Dirigentes da sigla também negaram rumores de que a saída estaria condicionada à permanência do PP no comando da Caixa Econômica Federal, hoje sob influência do deputado Arthur Lira (PP-AL).
A reunião da próxima semana pode marcar um reposicionamento estratégico do União Brasil no cenário político, especialmente às vésperas das eleições municipais de 2024 e em meio à reorganização das alianças no Congresso.
Redação