Reunião de emergência do Conselho de Segurança termina sem resolução e protestos contra os EUA se espalham pelo mundo
Em meio à crescente tensão no Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, utilizaram as redes sociais neste domingo (22) para fazer provocações e ameaças públicas.
Khamenei classificou os ataques dos EUA às usinas nucleares iranianas como um “grande erro, um grande crime” e prometeu uma resposta contundente. O líder iraniano compartilhou uma imagem simbólica de um crânio com a Estrela de Davi, fazendo alusão ao apoio de Israel aos Estados Unidos.
Por sua vez, Donald Trump fez uma postagem sugerindo uma mudança de regime no Irã, utilizando um trocadilho com seu famoso slogan de campanha: “MIGA!!!” (Make Iran Great Again). O presidente norte-americano escreveu: “Não é politicamente correto usar o termo ‘mudança de regime’, mas se o atual regime iraniano não é capaz de tornar o Irã grande novamente, por que não haveria uma mudança de regime?”
A troca de farpas ocorreu horas após os ataques dos EUA a três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan, no sábado (21).
Conselho de Segurança debate crise, mas termina sem acordo
Diante da escalada, o Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião de emergência neste domingo. Durante a sessão, representantes de Israel e Irã trocaram acusações e cada lado defendeu o direito à legítima defesa.
Os Estados Unidos justificaram a ofensiva como uma ação para impedir o avanço do programa nuclear iraniano. Enquanto isso, países europeus pediram a reabertura do diálogo. Rússia, China e Paquistão repudiaram veementemente o ataque americano. A reunião, porém, terminou sem a aprovação de qualquer resolução.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, abriu a sessão destacando os riscos de um novo ciclo de destruição na região. Ele fez um apelo pela retomada das negociações diplomáticas, enfatizando a necessidade de proteger civis e evitar uma catástrofe ambiental e humanitária.
Protestos pelo mundo
As reações populares foram imediatas. Protestos contra os ataques americanos ocorreram em diversas cidades do mundo, incluindo Nova York, Los Angeles, Teerã, Bagdá, Islamabad, Paris e Atenas.
Em Nova York, milhares de pessoas participaram de uma mobilização. Uma das organizadoras, Natália Marquez, afirmou à agência Reuters que o ataque foi uma desculpa para justificar uma guerra de agressão, comparando a situação à invasão do Iraque.
Em Paris, duas manifestações opostas marcaram o domingo: pró-Irã e pró-Israel. Enquanto manifestantes pediam um cessar-fogo imediato no Oriente Médio, um festival de música, previamente agendado, reuniu apoiadores de Israel nas proximidades da Torre Eiffel.
ONU pede compromisso com a paz
Durante a reunião da ONU, Guterres reforçou que a única saída para a crise é o diálogo. Ele pediu que os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tenham acesso pleno às instalações nucleares iranianas e alertou sobre os perigos de uma escalada incontrolável.
“Estamos diante de uma decisão muito clara: um caminho leva a mais guerra e sofrimento; o outro, à diplomacia e à paz. Precisamos escolher com responsabilidade”, declarou o secretário-geral.
Guterres encerrou sua fala destacando que a ONU continuará disponível para apoiar qualquer esforço genuíno de solução pacífica para a crise.
Fonte: Redação com informações da Agência Brasil e Agências Internacionais.