Republicano diz que Israel bombardeou Teerã após acordo de trégua e alerta: “Não lancem essas bombas”
Em meio à tensão crescente no Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou publicamente Israel e Irã de violarem o cessar-fogo estabelecido após 12 dias de confrontos. A declaração foi dada a repórteres na manhã desta terça-feira (24), antes de Trump embarcar para a cúpula da OTAN, na cidade de Haia, nos Países Baixos.
Segundo o republicano, Israel desrespeitou o acordo ao realizar bombardeios logo após a trégua ter sido firmada. “Assim que fechamos o acordo, eles saíram e jogaram um monte de bombas. Nunca vi nada parecido antes. A maior carga que já vimos”, declarou, demonstrando insatisfação com a postura do aliado.
Trump também criticou o Irã, embora tenha sido mais enfático com o governo israelense. “Precisamos que Israel se acalme, porque eles saíram em missão esta manhã. Não gosto disso e vou tentar impedir”, afirmou. Em sua rede social, a Truth Social, o presidente foi direto: “ISRAEL. NÃO LANÇEM ESSAS BOMBAS. SE FIZEREM, É UMA GRAVE VIOLAÇÃO.”
Ainda segundo o norte-americano, as capacidades nucleares iranianas “acabaram” e não há possibilidade de reconstrução do programa atômico do país. Mais tarde, Trump tentou amenizar a tensão, dizendo que “Israel não vai atacar o Irã” e que todos os aviões já estariam retornando.
Bombardeios, mortes e acusações mútuas
Enquanto os governos trocavam declarações, mísseis iranianos teriam atingido o norte de Israel, provocando pelo menos cinco mortes na cidade de Beer Sheba, segundo médicos israelenses. Já Israel respondeu com ataques a Teerã, que deixaram nove mortos horas antes da trégua entrar oficialmente em vigor.
Do lado iraniano, o governo negou qualquer violação do acordo. A agência estatal ISNA classificou os relatos como “notícias falsas” e o Estado-Maior das Forças Armadas do Irã reforçou que nenhum míssil foi disparado contra Israel nas últimas horas. O Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano afirmou que qualquer nova agressão será respondida com firmeza.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, por sua vez, ordenou retaliações imediatas. “Instrui os militares a responderem energicamente com ataques intensos contra alvos do regime no coração de Teerã”, declarou. O chefe do Estado-Maior israelense, general Eyal Zamir, garantiu que o país “atacará com força” caso a trégua volte a ser rompida.
Trégua, retaliações e bastidores do acordo
De acordo com Trump, o cessar-fogo previa que o Irã interromperia os ataques imediatamente, e Israel cessaria os bombardeios 12 horas depois. O objetivo, segundo o presidente, era garantir 24 horas de paz para encerrar oficialmente a guerra de 12 dias.
A trégua foi anunciada poucas horas após o Irã disparar 14 mísseis contra uma base americana no Catar, em retaliação a bombardeios dos EUA em instalações nucleares iranianas. Trump afirmou que 13 desses mísseis foram interceptados e apenas um atingiu uma área desabitada, sem vítimas.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que concordou com a proposta americana e que os objetivos militares foram atingidos: eliminar a ameaça nuclear e os mísseis balísticos iranianos. Já a mídia oficial do Irã afirma que o cessar-fogo foi uma vitória, imposta ao inimigo após sua “resposta poderosa”.
Petróleo despenca com trégua
A tensão no Oriente Médio também balançou os mercados. Após iniciar o dia em alta, o preço do petróleo despencou 7% com a sinalização de cessar-fogo. Investidores já precificavam um acordo para conter os danos econômicos.
Enquanto isso, o porta-voz das Forças Armadas israelenses, Rafael Rozensjain, declarou à GloboNews que mais da metade dos 400 lançadores de mísseis iranianos já foram destruídos, e que Israel está próximo de alcançar seu objetivo militar.
O cenário segue instável, e o mundo observa atentamente os próximos passos das duas potências regionais, enquanto Trump tenta consolidar a trégua como mais uma conquista diplomática em sua campanha pela reeleição.
Fonte: Redsção com informações G1