A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros já começa a provocar sérios efeitos na economia nacional — mesmo antes de entrar oficialmente em vigor, no dia 1º de agosto.
Empresários e produtores brasileiros estão paralisando exportações por medo de prejuízos, enquanto compradores norte-americanos cancelam pedidos receosos de taxações elevadas. O impacto já é sentido em diversos estados do país e em diferentes setores da economia.
❌ Produção suspensa e contêineres parados
No Mato Grosso do Sul, frigoríficos como JBS, Minerva e Naturafrig suspenderam a produção voltada aos EUA. O setor pesqueiro local também está em alerta: 99,6% da tilápia produzida no estado tem como destino o mercado americano.No Nordeste, Bahia, Ceará e Pernambuco enfrentam grandes perdas. Ao menos 58 contêineres com lagostas, camarões e pescados ficaram parados nos portos de Salvador, Pecém e Suape. De acordo com a Abipesca, cerca de 70% de tudo o que é exportado pelo setor vai para os Estados Unidos.
🍯 Mel parado, granito retido e madeireira paralisada
No Piauí, produtores de mel orgânico já relatam cancelamentos e estoques cheios, gerando custos extras com armazenamento. Já no Espírito Santo, referência em granito e mármore, as exportações foram imediatamente suspensas.No Paraná, a madeireira BrasPine decretou férias coletivas a 700 funcionários por conta da medida. E no Rio Grande do Sul, empresas do setor moveleiro também suspenderam embarques.
🍊 Laranja, empregos e crise no interior paulista
O setor da laranja, onde o Brasil é o maior exportador do mundo, também está sob ameaça. A cadeia produtiva movimenta 200 mil empregos, e cidades como Piracicaba e Sorocaba (SP) já sentem os reflexos. As áreas de agroindústria, metalurgia e até a indústria automotiva podem ser impactadas.
🏛️ Governo cria comitê para lidar com a crise
O governo federal anunciou a criação de um comitê emergencial para ouvir os setores mais atingidos e avaliar possíveis medidas de contenção. No entanto, enquanto o comitê se organiza, empresas já acumulam perdas e trabalhadores vivem a incerteza.
Redação