A Receita Federal revelou nesta quinta-feira (25) que empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) estão sendo investigadas por um esquema de fraudes no setor de combustíveis, que teria movimentado mais de R$ 1 bilhão entre 2020 e 2024. A ação faz parte da Operação Spare, deflagrada em parceria com outros órgãos de segurança.
Postos, motéis e firmas fictícias disfarçavam origem dos recursos
Segundo os investigadores, o grupo utilizava postos de combustíveis, motéis e empresas fantasmas para ocultar a origem do dinheiro, que era posteriormente convertido em imóveis e bens de luxo. Entre os itens adquiridos estão:
- Um iate de 23 metros
- Dois helicópteros
- Um Lamborghini Urus avaliado em R$ 4 milhões
- Terrenos com valor superior a R$ 20 milhões
Além disso, foram identificados R$ 260 milhões movimentados por meio da construção de prédios em Santos, ainda em 2010.
Esquema envolvia maquininhas e dinheiro vivo
A estrutura criminosa utilizava dinheiro vivo e maquininhas de cartão ligadas a fintechs para disfarçar os valores ilegais. Mais de 60 motéis registrados em nomes de laranjas teriam movimentado R$ 450 milhões, com lucro estimado em R$ 45 milhões.
“Estima-se que os bens identificados representem apenas 10% do patrimônio real dos envolvidos”, informou a Receita.
Baixa emissão de notas e recolhimento de tributos
Apesar da alta movimentação financeira, foram emitidas apenas R$ 550 milhões em notas fiscais e recolhidos R$ 25 milhões em tributos. A Receita também identificou que familiares do principal alvo ampliaram seu patrimônio em cerca de R$ 120 milhões.
A operação cumpriu 25 mandados em diversas cidades paulistas, incluindo São Paulo, Barueri e Campos do Jordão, e segue em andamento para aprofundar as investigações sobre o envolvimento do crime organizado na economia formal.
Redação