A população carcerária da Bahia registrou um aumento expressivo nos últimos 12 meses. Dados divulgados pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) apontam que o número de detentos no estado saltou de 13 mil em maio de 2024 para 14,9 mil em maio de 2025, o que representa um crescimento de 14,6%.
Superlotação atinge 36% da capacidade do sistema prisional
Com capacidade para abrigar 10,9 mil pessoas, o sistema prisional baiano opera atualmente com uma superlotação de aproximadamente 36% — são cerca de 4 mil presos além do limite ideal. A situação levanta preocupações quanto às condições de segurança, higiene e ressocialização nas unidades penitenciárias.
Feira de Santana lidera ranking de unidades mais superlotadas
O Conjunto Penal de Feira de Santana é o presídio mais sobrecarregado do estado. Com capacidade para 1,3 mil presos, a unidade abriga hoje cerca de 2,1 mil detentos, excedendo em mais de 60% sua lotação máxima. Outras unidades com altos índices de ocupação são os presídios de Juazeiro e Lemos de Brito, em Salvador.
Por outro lado, o presídio de Serrinha é uma das poucas exceções, operando atualmente abaixo da capacidade.
Perfil dos detentos: mais da metade são provisórios
A Bahia conta atualmente com 27 unidades prisionais, que abrigam 6,6 mil presos provisórios — pessoas ainda sem condenação definitiva — e 8,1 mil condenados. O alto número de detentos aguardando julgamento também contribui para a sobrecarga do sistema.
Desafios e perspectivas
Especialistas apontam que o crescimento acelerado da população carcerária, aliado à falta de estrutura e investimentos, dificulta a promoção de políticas eficazes de ressocialização. A ampliação de vagas e a aceleração dos processos judiciais são apontadas como medidas urgentes para conter a crise no sistema penitenciário baiano.
Redação