Com investimento de R$ 11 bilhões, ponte será a maior da América Latina e promete impulsionar a economia e transformar a mobilidade de milhões de baianos
A construção da tão aguardada Ponte Salvador–Ilha de Itaparica ganhou um novo impulso nesta quarta-feira (4), com a assinatura de um novo acordo contratual entre o Governo da Bahia e a Concessionária responsável pelo Sistema Rodoviário da ponte. O anúncio foi feito pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), durante reunião virtual com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao.
A assinatura marca o fim de uma etapa decisiva do processo e libera o caminho para o início efetivo da obra, previsto para acontecer em até 12 meses. Os próximos passos incluem a elaboração do projeto executivo e a mobilização dos canteiros de obras nos municípios de Salvador e Vera Cruz.
“Hoje essa assinatura põe fim a essa etapa do processo. Agora é aguardar para que a empresa chinesa, que já fez a sondagem, faça o projeto executivo para que a gente possa continuar avançando com as ações do Governo do Estado para fazer a ponte Salvador-Itaparica acontecer. Vamos exigir que o projeto estabeleça ações para o turismo, a economia e a preservação da cultura”, declarou Jerônimo Rodrigues.
Parceria internacional e marco histórico
Com 12,4 km de extensão sobre o mar, a ponte será a maior da América Latina e integra o Sistema Viário Salvador–Itaparica, formado por cinco trechos, que incluem acessos viários em Salvador, a ponte em si, novas variantes rodoviárias na Ilha de Itaparica e a ampliação da BA-001.
Segundo a Concessionária Ponte Salvador–Ilha de Itaparica, o projeto será executado via parceria público-privada (PPP) e representa um investimento de R$ 11 bilhões. A iniciativa também conta com o respaldo do Senado Federal, que autorizou um empréstimo de até US$ 150 milhões (cerca de R$ 800 milhões) para o fundo garantidor da obra.
Para o ministro Rui Costa, a ponte será um dos maiores símbolos físicos da integração entre Brasil e China. “Essa é uma obra estruturante para a Bahia, já que impulsiona o desenvolvimento econômico do Sul e Baixo Sul e é fundamental para a integração econômica do estado”, disse.
Avanço técnico e protagonismo baiano
A assinatura do novo contrato só foi possível graças à intermediação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA), que em fevereiro homologou a proposta de conciliação contratual entre Governo e Concessionária. O processo foi conduzido por meio da Comissão de Solução Consensual de Controvérsias, criada de forma inédita na Bahia.
“O TCE não só garantiu segurança jurídica ao processo como também abriu caminhos para o desenvolvimento social e econômico da Bahia”, afirmou Marcus Presídio, presidente do Tribunal.
Durante os 12 meses de sondagem na Baía de Todos-os-Santos, foram mobilizadas mais de 300 pessoas, contratadas mais de 20 empresas baianas e investidos R$ 200 milhões. A operação também registrou um feito histórico: pela primeira vez no Brasil, foi atingida a marca de 200 metros de profundidade para coleta de material intacto do solo marinho.
Impacto transformador para a Bahia
Além de facilitar a mobilidade entre a capital e o Recôncavo, a ponte deve transformar a vida de 10 milhões de baianos em cerca de 250 municípios. A estimativa é de que a obra gere 7 mil empregos diretos, além de atrair investimentos nos setores de logística, indústria, comércio, turismo, serviços e mercado imobiliário.
“A Ponte Salvador-Itaparica vai significar muito mais que uma nova ligação entre duas cidades. Ela será um caminho para a prosperidade, a inclusão e a geração de emprego e renda”, destacou Claudio Villas Boas, CEO da Concessionária.
Pandemia exigiu revisão contratual
O contrato original foi assinado em novembro de 2020, mas a pandemia de Covid-19 alterou profundamente o cenário econômico. Houve forte aumento nos preços dos insumos da construção civil e nos custos de financiamento. Diante disso, o Governo da Bahia e a Concessionária optaram por uma repactuação contratual, com apoio do TCE.
A revisão do contrato segue diretrizes da Lei Federal nº 13.448/2017, que prevê a modernização e adequação de contratos de concessão. A prática já é adotada em diversas instâncias federais, como o Tribunal de Contas da União (TCU).
Agora, com todos os entraves resolvidos e o respaldo técnico, jurídico e financeiro garantido, a construção da maior ponte da América Latina está oficialmente no horizonte — pronta para transformar o mapa da Bahia e inaugurar um novo ciclo de crescimento regional.
Fonte: Redação com informações da Secom Bahia