Mandados de busca foram cumpridos em imóveis e fazendas; uso de cianeto tóxico representa grave risco à saúde e ao meio ambiente
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (1º de julho), a Operação Despesca II, nova etapa da investigação que combate a mineração ilegal de ouro no município de Santaluz, região nordeste da Bahia. A ação é um desdobramento da Operação Insistência, realizada em dezembro de 2023, quando foram cumpridos mandados em garimpos ilegais localizados em uma fazenda no povoado de Serra Branca, além da residência do então proprietário da área.
Nesta nova fase, os agentes cumpriram seis mandados de busca e apreensão em imóveis residenciais de investigados, empresas vinculadas a eles e em uma fazenda onde foi instalada uma nova planta para extração de ouro. O esquema utilizava “rejeitos” de minério provenientes dos garimpos já interditados, com a intenção de dissimular a continuidade da atividade criminosa e dificultar a fiscalização ambiental.
As investigações revelam que os suspeitos realocaram piscinas de cianetação – estruturas usadas para o processamento do ouro – para outro terreno, mantendo o uso indevido de cianeto de potássio ou de sódio, substâncias altamente tóxicas e de uso restrito pelo Ministério do Exército. O manuseio irregular desses compostos representa sérios riscos à saúde humana e ao meio ambiente, podendo causar contaminação de solos, lençóis freáticos e afetar populações rurais próximas.
Os envolvidos poderão responder por diversos crimes, entre eles:
- Usurpação de bens da União
- Associação criminosa
- Posse de artefato explosivo
- Extração ilegal de recursos minerais
- Uso e armazenamento irregular de substância tóxica, perigosa ou nociva
A Polícia Federal segue com as investigações para identificar todos os envolvidos na cadeia de exploração e responsabilizar criminalmente os autores da prática.
Fonte: Redação com informações da Polícia Federal