Grupo criminoso usava jovens para se passarem por clientes centenários; prejuízo estimado supera R$ 1 milhão
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (11/12), a Operação Mimetismo, com o objetivo de desmontar um grupo criminoso especializado em fraudes bancárias envolvendo a falsificação de biometria para acessar contas de idosos com mais de 100 anos.
Segundo a PF, os criminosos utilizavam jovens para se passarem por clientes muito idosos durante o cadastramento biométrico, o que permitia movimentações indevidas, saques expressivos e prejuízos que já ultrapassam R$ 1 milhão apenas em contas localizadas na Bahia.
Como funcionava o esquema
A investigação começou após alerta da Centralizadora Nacional de Segurança e Prevenção à Fraude (CEFRA), da Caixa Econômica Federal, que identificou registros suspeitos de biometria facial e digital em diversas contas.
O esquema operava da seguinte forma:
- Cadastramento fraudulento de biometria em agências da Caixa no Pará;
- Uso de pessoas mais jovens para substituir idosos centenários durante a validação biométrica;
- Realização de saques em série em lotéricas;
- Depósitos dos valores desviados em contas controladas pelo grupo;
- Participação de funcionários recém-contratados da Caixa, que aproveitavam o acesso privilegiado aos sistemas internos para facilitar as fraudes.
Fraudes em várias cidades da Bahia
Até o momento, a PF identificou cerca de 20 contas bancárias utilizadas no esquema. Todas pertenciam a titulares extremamente idosos, residentes em municípios baianos como:
- Guanambi
- Salvador
- Serrinha
- Eunápolis
- Feira de Santana
- Castro Alves
- Cachoeira
- Euclides da Cunha
- Conceição do Coité
- Itamarajú
Todas as contas apresentavam baixa movimentação e possuíam valores elevados, o que tornava o alvo mais vulnerável e atrativo para a quadrilha.
Mandados, bloqueios judiciais e suspeitos afastados
A operação cumpre:
- Dois mandados de suspensão do exercício de função pública contra empregados da Caixa;
- Três mandados de busca e apreensão nos municípios paraenses de Belém e Dom Eliseu;
- Bloqueio judicial das contas utilizadas para escoar o dinheiro desviado.
As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Federal da Subseção Judiciária de Paragominas (PA).
Por que Operação “Mimetismo”?
O nome faz referência à estratégia biológica usada por diversas espécies para se camuflarem no ambiente. A escolha simboliza a forma como os criminosos imitavam identidades para ocultar suas ações e dificultar o trabalho das autoridades.
Crimes investigados
Os envolvidos poderão responder por:
- Furto mediante fraude;
- Associação criminosa;
- Outros delitos previstos na legislação penal.
A Polícia Federal segue aprofundando as investigações para identificar novos envolvidos e rastrear a totalidade dos valores desviados.
Fonte: Comunicação Social da Polícia Federal na Bahia











