O Papa Francisco autorizou, nesta semana, a beatificação do padre italiano Nazareno Lanciotti, missionário que atuou no Brasil por três décadas e foi assassinado em 2001. A decisão foi anunciada após o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, receber o aval do pontífice para promulgar o decreto.
Quem foi o padre Nazareno?
Nascido em 1940, padre Nazareno chegou ao Brasil em 1971 e se estabeleceu na região de Jauru, no Mato Grosso, perto da fronteira com a Bolívia. Ali, dedicou sua vida a um trabalho missionário intenso, fundando a Paróquia Nossa Senhora do Pilar, criando 57 comunidades eclesiais rurais e implantando diversas obras sociais.
Entre suas realizações, estão a construção de um dispensário, que mais tarde virou hospital, uma casa de repouso para idosos (o “Coração Imaculado de Maria”), uma escola para crianças carentes com alimentação incluída e até mesmo um seminário menor.
A partir de 1987, passou a integrar o Movimento Sacerdotal Mariano, tornando-se diretor nacional do grupo no Brasil. Realizou viagens pelo país promovendo encontros de oração e seguia atuando de forma firme contra injustiças sociais, enfrentando de frente o tráfico de drogas, a prostituição e outras formas de violência.
O martírio
Todo esse engajamento acabou despertando a ira de grupos criminosos. Em 11 de fevereiro de 2001, enquanto jantava com colaboradores, padre Nazareno foi atacado por dois homens encapuzados dentro de casa. Ferido com gravidade, ele morreu dias depois, em 22 de fevereiro, aos 61 anos.
Outras beatificações
Além do padre Nazareno, o Papa Francisco também autorizou a beatificação da religiosa indiana Eliswa da Bem-Aventurada Virgem, fundadora das Irmãs Carmelitas Teresianas.
Outro destaque foi o reconhecimento das virtudes heroicas do renomado arquiteto espanhol Antoni Gaudí, responsável pela Basílica da Sagrada Família, em Barcelona. Gaudí agora é oficialmente considerado “venerável” pela Igreja.
Redação