O Conselho de Direitos Humanos da ONU, sediado em Genebra, divulgou nesta sexta-feira (31) uma nota oficial expressando “profunda preocupação” com a Operação Contenção, realizada no Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação, ocorrida em 28 de outubro, é considerada a mais letal da história do Brasil, com ao menos 120 mortos, incluindo quatro policiais.
Pedido de investigação autônoma
O órgão internacional solicita que as autoridades brasileiras conduzam uma investigação rápida, independente e imparcial, com o objetivo de:
- Responsabilizar os envolvidos nos crimes
- Interromper práticas de violência institucional
- Proteger testemunhas, familiares das vítimas e defensores de direitos humanos
“Estamos particularmente preocupados com as represálias contra as famílias e testemunhas. As autoridades devem garantir sua vida, segurança e integridade pessoal, e impedir qualquer forma de intimidação, assédio ou criminalização”, afirmam os especialistas da ONU.
Denúncias e padrão racializado
O comunicado destaca que a operação afetou áreas majoritariamente ocupadas por pessoas negras e de baixa renda, reforçando um padrão de policiamento racializado nas periferias urbanas brasileiras. A ONU cita denúncias recebidas por relatores, que incluem:
- Corpos com marcas de execução
- Mãos amarradas e tiros na nuca
- Invasões de residências sem mandado judicial
- Detenções arbitrárias
- Uso de helicópteros e drones em disparos
“A escala da violência, a natureza dos assassinatos relatados e as consequências para comunidades afrodescendentes expõem um padrão profundamente arraigado de policiamento racializado”, conclui a nota.
Redação










