Referência no fotojornalismo nacional, ele registrou momentos históricos da Bahia e do Brasil
Morreu, aos 95 anos, o fotojornalista baiano Anízio Circuncisão de Carvalho, na sexta-feira (12), em Salvador. A causa da morte não foi divulgada.
De acordo com informações do Sindicato dos Jornalistas no Estado da Bahia (Sinjorba), Anízio sofreu uma queda em casa e precisou ser internado no Hospital de Brotas, onde desenvolveu um quadro de infecção de origem não determinada.
Natural de Conceição da Feira, nascido em 23 de fevereiro de 1930, Anízio mudou-se para Salvador aos 14 anos. Seu primeiro contato com a fotografia ocorreu no laboratório da família Rozemberg. Em 1957, ingressou no extinto Jornal da Bahia, onde se destacou como repórter fotográfico, sendo reconhecido pelo olhar apurado, coragem diante de fatos históricos e sensibilidade estética.
Um de seus registros mais célebres foi o da Rainha Elizabeth II durante visita ao Brasil, em 1968, foto batizada de “joelho imperial”, que o projetou nacionalmente pela originalidade e sagacidade.
Ao longo da carreira, documentou manifestações políticas, sociais e culturais, a exemplo dos protestos contra a ditadura, campanhas eleitorais, festividades religiosas, o incêndio da Feira de Água de Meninos e cenas emblemáticas do cotidiano soteropolitano, como as do Mercado Modelo.
Seu acervo reúne mais de seis mil negativos, além de câmeras clássicas — como a Rolleiflex e a Speed Graphic — e diversos equipamentos históricos de laboratório.
Anízio deixa a esposa, Terezinha, com quem foi casado por 69 anos, e seis filhos: Iguatemi, Itamar, Juarez, Jussara, Jucivalda e Jucimara. De um relacionamento anterior, já era pai de Francisco, o único a seguir sua trajetória na fotografia.
Informações sobre velório e sepultamento não foram divulgadas pela família.
📌 Fonte: Sinjorba