Blocos como Lá Vem Eles e Lá Vem Elas, shows sob chuva, homenagens e muita representatividade marcaram o sábado (3)
O terceiro dia da Micareta de Feira de Santana 2025 foi um verdadeiro espetáculo de diversidade, empoderamento, música e resistência cultural. Mesmo com a chuva insistente, a festa seguiu firme no Circuito Maneca Ferreira, reunindo milhares de foliões que vibraram com atrações inesquecíveis e momentos de grande emoção.
Logo no início da noite, o Bloco Lá Vem Eles dominou a avenida com irreverência e atitude. Embora o cantor Flavinho estivesse programado para liderar o cortejo, quem realmente roubou a cena foram as foliãs — mulheres fantasiadas como comandantes, com trajes que mesclavam referências militares e náuticas. Com criatividade e empoderamento, elas transformaram o desfile numa explosão de energia e protagonismo feminino. O trio da banda Pagodart levantou o público com hits da swingueira, enquanto o grito de guerra “Pagodaaaaaaart!” ecoava pelas ruas, contagiando foliões de bloco e pipoca.
Na sequência, foi a vez do Lá Vem Elas incendiar a avenida ao som poderoso da banda La Fúria. Em um desfile onde homens travestidos como personagens de Alice no País das Maravilhas deram um show de irreverência, a sintonia entre o bloco e a banda foi eletrizante. Bruno Magnata e Bia Cavalcanti comandaram a multidão com clássicos como “Setecentas Galinhas” e “Vou Mergulhar”, num casamento perfeito entre a ousadia do bloco e o pagodão envolvente da banda.
O reggae também teve sua vez e sua força no sábado. No Palco do Reggae, Dionorina emocionou o público com sua segunda apresentação nesta edição da Micareta. Com uma carreira consolidada internacionalmente, o artista feirense levou mensagens de crítica social e poesia urbana, interpretando canções emblemáticas como Jorge Radical, Lindo Sonho, Cobra Coral e Porrada de Polícia. O show contou ainda com participações especiais das cantoras Gel Mix e Tulipa Negra, que trouxeram temas como inclusão social e resistência para o palco.
Mesmo com a chuva, a energia não arrefeceu. Mari Antunes, à frente do Babado Novo, transformou a noite molhada em um verdadeiro verão fora de época. Com um repertório recheado de sucessos como “Frevo da Novinha”, “Bola de Sabão” e “Largadinho”, Mari encantou os foliões com carisma e potência vocal, provando que a Micareta é forte o bastante para resistir até ao clima.
Outro momento marcante foi o desfile do Olodum, que trouxe sua mistura única de samba-reggae, axé e batidas africanas, arrastando um mar de gente mesmo sob forte chuva. Com clássicos como Festa no Olodum e Canto das Três Raças, a banda reafirmou sua importância como símbolo de identidade afro-brasileira e cultura de resistência.
A noite também teve espaço para homenagens. A cantora Márcia Porto emocionou o público ao reverenciar os músicos feirenses Carlos Pitta e Bel da Bonita, falecidos este ano. Com interpretações marcantes e cheias de sentimento, ela reforçou o papel da música como memória viva e elo entre gerações, destacando a relevância dos dois artistas para a cena cultural local.
Com alegria, diversidade e momentos de pura emoção, o terceiro dia da Micareta de Feira comprovou porque a festa é uma das maiores celebrações populares do país. A Micareta continua até a madrugada da próxima segunda-feira (5), prometendo ainda mais folia, cultura e encontros inesquecíveis.
Fonte: Redação com informações da Secom