Programação cívico-cultural acontece no distrito que leva o nome da heroína, com missa, desfile, hasteamento de bandeiras e apresentações populares
A Independência do Brasil na Bahia será celebrada com uma programação especial nesta quarta-feira, 2 de julho, no distrito de Maria Quitéria, em Feira de Santana. O evento terá início às 8h da manhã, com missa festiva, seguida de queima de fogos, hasteamento das bandeiras, desfile cívico-militar e apresentações culturais.
A celebração é organizada pelo Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana (IHGB) em parceria com a Prefeitura Municipal, o 35º Batalhão de Infantaria, a comunidade de São José e diversas instituições militares e educacionais.
A data marca o reconhecimento da luta baiana pela consolidação da independência brasileira, oficializada em 2 de julho de 1823. Em Feira, o destaque é a heroína Maria Quitéria, primeira mulher a integrar as tropas brasileiras e que nasceu justamente na antiga comunidade de São José das Itapororocas, atual distrito de Maria Quitéria.
Segundo o IHGB, “as comemorações no distrito têm um significado ainda mais especial por reverenciar a memória de sua ilustre filha, que se tornou um dos maiores símbolos da luta pela liberdade e da participação feminina na história do Brasil”.
A trajetória de Maria Quitéria
Nascida no interior de Feira de Santana, Maria Quitéria de Jesus cresceu em um ambiente rural, aprendendo a atirar, cavalgar, caçar e pescar. Impedida de se alistar por ser mulher, disfarçou-se de homem e ingressou no Exército com roupas emprestadas, tornando-se conhecida como Soldado Medeiros.
Ela se destacou em batalhas importantes, como Pirajá, Ilha da Maré e Piatã, onde demonstrou coragem ao capturar inimigos sozinha. Condecorada cadete, seguiu na luta mesmo após sua identidade ser descoberta. Sua bravura foi reconhecida por Dom Pedro I, e ela se reconciliou com o pai após a carta imperial que legitimou sua atuação.
Mais tarde, passou a viver em Feira de Santana, depois mudou-se para Coração de Maria e, por fim, para Salvador. Faleceu em agosto de 1853, aos 61 anos, praticamente esquecida e enterrada como indigente, apesar de sua importância histórica.
Desfile cívico-militar e tradição recente
Por sugestão do historiador Antonio Moreira Ferreira, o Antonio do Lajedinho, e por meio de lei aprovada pela Câmara Municipal em 2012, o desfile de 2 de Julho tornou-se uma tradição oficial do distrito de Maria Quitéria. A primeira edição aconteceu em 2016 e, desde então, o evento vem ganhando força e participação popular.
A edição de 2025 terá missa na Igreja de São José das Itapororocas, presença de autoridades civis e militares, e participação de escolas públicas e particulares, além de apresentações da comunidade da terceira idade e manifestações culturais.
A programação reforça o compromisso com a preservação da memória histórica e o reconhecimento da importância de Maria Quitéria como símbolo da emancipação baiana e nacional.
Fonte: Redação com informações G1 e Angelo Pinto