Levantamento da SEI revela perfil das mulheres que deram à luz no estado e alerta para índices de mortalidade materna
Mais da metade das mulheres que se tornaram mães na Bahia em 2024 teve seus filhos por meio de parto cesáreo. Os dados fazem parte de um panorama divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), que traça o perfil das mães no estado e reforça a importância de políticas públicas voltadas à saúde da mulher.
Em um ano marcado por 160,9 mil nascimentos de filhos vivos entre mulheres baianas, 52,6% ocorreram via cesariana. O estudo não distingue se foi o primeiro parto de cada mulher, mas considera ao menos um nascimento no ano. A maior parte dos bebês era do sexo masculino, com uma razão de 104,5 meninos para cada 100 meninas nascidas vivas.
O levantamento destaca também a juventude como marca das mães baianas: quase metade (48,9%) tinha entre 20 e 29 anos. Mulheres entre 30 e 39 anos representaram 34% dos nascimentos. A maternidade na adolescência segue em evidência, com 12,8% das mães entre 10 e 19 anos — o que equivale a uma taxa de 18,5 adolescentes mães a cada mil jovens nessa faixa etária. Entre as mais jovens, menores de 14 anos, foram registrados mil casos de maternidade precoce.
Em 2023, a Bahia contabilizava cerca de 4,6 milhões de mulheres em idade fértil, entre 10 e 49 anos — grupo que corresponde a aproximadamente 1/3 da população do estado e 59,5% das mulheres baianas.
A maternidade, no entanto, ainda carrega riscos. No ano de 2024, o estado registrou 97 mortes maternas. A maioria (60%) ocorreu no puerpério, período pós-parto. Já cerca de um terço aconteceu durante a gestação, no parto ou em decorrência de abortos. As principais causas apontadas foram outras doenças da gestante que se agravaram durante a gravidez (25,8%), hemorragia pós-parto (9,3%), eclampsia (8,2%) e hipertensão gestacional (7,2%).
O mês de maio, tradicionalmente associado ao Dia das Mães, serve como um lembrete não apenas para homenagens, mas também para a necessidade de ampliar o cuidado, a atenção e os investimentos em saúde materna.
Fonte: Redação com informações da SEI