Presidente afirma que o mundo precisa enxergar a floresta além da preservação e defende sustentabilidade econômica e social para os povos da região
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou neste domingo (2) a comunidade de Jamaraquá, localizada na Floresta Nacional do Tapajós (Flona), no oeste do Pará. O local abriga mais de mil famílias de extrativistas e ribeirinhos e é reconhecido por suas práticas sustentáveis e pelo turismo de base comunitária. A visita integra a série de compromissos preparatórios para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá entre 10 e 21 de novembro em Belém (PA).
Antes da conferência, Lula presidirá a Cúpula do Clima, nos dias 6 e 7 de novembro, que reunirá dezenas de chefes de Estado na capital paraense. Durante a visita, o presidente destacou a importância da COP30 como um marco para a valorização da Amazônia e de seus povos.
“Essa COP30 é um momento único na história do Brasil, porque é um momento em que a gente está obrigando o mundo a olhar a Amazônia com os olhos que deve olhar para a Amazônia. Não é só pedir para a gente manter a floresta em pé”, afirmou o presidente.
Lula reforçou que a preservação ambiental precisa estar acompanhada de políticas de desenvolvimento humano e social. “É preciso pedir para que a gente mantenha a floresta em pé e, para ela ficar em pé, nós temos que dar sustentação econômica, educacional e de saúde para as pessoas que tomam conta dessa floresta. Porque se essas pessoas não tiverem o que comer, elas não vão tomar conta de nada”, completou.
Exemplo de sustentabilidade e sociobiodiversidade
Localizada próxima à vila turística de Alter do Chão, a comunidade de Jamaraquá é um exemplo de convivência harmônica entre desenvolvimento sustentável e preservação ambiental. Além das atividades extrativistas, o local se destaca pela produção de biojóias e pelas trilhas ecológicas que atraem visitantes interessados na imersão na natureza amazônica.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, acompanhou o presidente na visita e elogiou o modelo de vida das famílias da região, que alia subsistência e conservação. “Aqui é exemplo de bioeconomia, de sociobiodiversidade, de como se mantém a floresta em pé e ela gera condições de vida e dignidade para as pessoas”, destacou.
Marina também ressaltou a sabedoria tradicional dos povos que vivem na floresta. “Aqui estão os extrativistas, os artesãos, os seringueiros e as seringueiras. São muitas as atividades que essas famílias combinam ao longo do ano, respeitando o ciclo da floresta e garantindo sua preservação por gerações”, afirmou.
Flona do Tapajós: um patrimônio vivo
A Floresta Nacional do Tapajós é uma das áreas de conservação mais importantes da Amazônia, com mais de 500 mil hectares preservados e cerca de 1,2 mil famílias distribuídas em comunidades tradicionais. O território é um exemplo de equilíbrio entre o uso sustentável dos recursos naturais e a proteção ambiental, simbolizando o modelo que o Brasil pretende apresentar ao mundo durante a COP30.
Com a realização da conferência em solo amazônico, o governo busca colocar a região no centro das discussões globais sobre mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e justiça ambiental.
Fonte: Agência Brasil











