O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, nesta terça-feira (23), seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com duras críticas a sanções arbitrárias e intervenções unilaterais. A fala ocorreu logo após os pronunciamentos do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da presidente da assembleia, Annalena Baerbock.
Sem citar diretamente o governo dos Estados Unidos, Lula afirmou que a condenação de Jair Bolsonaro pelo STF representa um recado claro do Brasil a líderes autoritários e seus apoiadores:
“O Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e aqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis.”
Críticas à extrema-direita e defesa da independência institucional
O presidente reforçou que o país não aceitará ingerência externa em seus assuntos internos:
“Não há justificativa para medidas unilaterais contra nossas instituições e nossa economia. A agressão ao Poder Judiciário é inaceitável. Falsos patriotas arquitetam ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade.”
Lula também criticou o papel da extrema-direita internacional, que segundo ele, atua de forma subserviente e nostálgica de hegemonias passadas, promovendo ataques à soberania brasileira.
ONU sob ameaça e crise do multilateralismo
Ao iniciar sua fala, Lula alertou que os ideais que inspiram a ONU estão sob ameaça, diante da desordem internacional e da fragilidade das instituições democráticas:
“Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra.”
O presidente ainda destacou o paralelo entre o enfraquecimento da democracia e a crise do multilateralismo, defendendo uma atuação global mais firme na proteção dos direitos e da soberania dos povos.
Redação