Com a proximidade da aplicação da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, o governo Lula intensificou as negociações para tentar excluir setores estratégicos do chamado tarifaço. Lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, as conversas com autoridades americanas buscam preservar especialmente o setor de alimentos e a indústria aeronáutica, representada pela Embraer. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo.
Itens estratégicos ameaçados
Entre os produtos mais afetados pelo tarifaço estão o suco de laranja—mercado no qual o Brasil é o maior produtor mundial—e o café, já que os EUA são o principal comprador do grão brasileiro. Além disso, o setor aeronáutico, com destaque para a Embraer, também pode sofrer impactos significativos com as medidas norte-americanas.
O objetivo principal do governo brasileiro é evitar prejuízos diretos a esses segmentos-chave, que têm nos EUA um de seus maiores mercados.
Fundo emergencial e preservação de empregos
Diante do risco iminente, o governo brasileiro avalia também criar um fundo temporário para apoiar empresas que possam ser impactadas pelas novas tarifas. Outra alternativa estudada é lançar programas específicos para preservar empregos, semelhantes aos adotados durante a pandemia.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que um plano de contingência já está pronto, dependendo apenas da autorização final do presidente Lula.
Negociações lentas, mas diálogo permanece aberto
Geraldo Alckmin ressaltou que o objetivo do governo é resolver o impasse por meio do diálogo contínuo com os EUA, evitando medidas unilaterais e buscando o adiamento ou a exclusão de determinados setores das sobretaxas.
Apesar disso, o avanço nas conversas tem sido lento. O governo Lula mantém atenção especial também à soberania nacional, especialmente em relação aos chamados minerais críticos, de grande interesse para os norte-americanos.
Reação do governo brasileiro ainda indefinida
O presidente Lula ainda aguarda detalhes sobre as medidas norte-americanas antes de definir claramente a reação oficial do Brasil. A estratégia, até o momento, é manter o diálogo ativo enquanto se preparam soluções emergenciais que protejam o mercado nacional.
Com o prazo cada vez mais próximo, o governo intensificou esforços para sensibilizar empresários e autoridades americanas, tentando minimizar os impactos negativos para a economia brasileira.
Redação