A última semana de junho foi marcada por derrotas estratégicas para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional. No entanto, uma movimentação significativa chamou a atenção: o empenho de R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares, visto como gesto para tentar aliviar as tensões com a base aliada.
📊 Terça-feira registra maior volume de empenhos do ano
De acordo com dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), só na terça-feira (24), o Executivo reservou R$ 831 milhões para o pagamento de emendas — o maior valor diário empenhado em 2025 até o momento. Com isso, o total de recursos empenhados no ano já ultrapassa R$ 2,3 bilhões. Apesar disso, o montante efetivamente pago permanece tímido: apenas R$ 465 milhões foram liberados até agora.
🧾 Emendas individuais dominam; comissões ficam de fora
Grande parte dos recursos empenhados são destinados a emendas individuais, aquelas indicadas por parlamentares de forma impositiva. Por outro lado, nenhuma emenda de comissão foi empenhada — justamente o tipo que tem sido alvo de contestações pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
ℹ️ Entenda os tipos de emenda:
- Empenhadas: valores reservados pelo governo para possível execução.
- Liquidadas: já autorizadas para pagamento.
- Pagas: montante efetivamente transferido.
Dos 8.854 pedidos de emenda registrados por senadores e deputados:
- 1.353 foram empenhados;
- 555 liquidados;
- 343 pagos (sendo apenas 3 de bancadas, somando R$ 2,2 milhões; o restante, R$ 463 milhões, de emendas individuais).
⚖️ Câmara e Senado reagem e aprovam pauta surpresa contra o Planalto
Na esteira da liberação bilionária, o Congresso também mostrou resistência. Na noite da terça (24), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), surpreendeu ao colocar em votação uma proposta para revogar decretos do governo que aumentaram as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A reação do Planalto foi imediata, com tentativas de articulação para barrar a análise — todas fracassadas. No dia seguinte, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), incluiu a medida na pauta da Casa, ampliando a pressão sobre o governo federal.
Redação com informações do g1