As chamadas perdas não técnicas de energia elétrica — provocadas por furtos, fraudes, ligações clandestinas e erros operacionais — representaram um prejuízo de R$ 10,3 bilhões ao setor de distribuição em 2024. Os dados são do mais recente relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), divulgado nesta sexta-feira (13). O valor supera os R$ 9,97 bilhões registrados no ano anterior.
Segundo o levantamento, apenas dez distribuidoras concentram 74% do total nacional dessas perdas. Destaque para Light (RJ) e Amazonas Energia (AM), que, juntas, respondem por 34,1% das perdas — os populares “gatos”.
Fraudes, adulterações e medição ineficiente lideram causas
Entre os principais fatores apontados pela ANEEL estão:
Ligações clandestinas feitas diretamente na rede
Adulterações em medidores de energia
Desvios não autorizados nas conexões
Erros no processo de medição e faturamento
Essas práticas, além de ilegais, sobrecarregam o sistema e impactam diretamente nas tarifas pagas pelos consumidores.
Perdas técnicas também geraram custo bilionário
Além das fraudes, o setor enfrenta também as perdas técnicas — aquelas que ocorrem naturalmente no transporte e na transformação da energia elétrica, devido às limitações físicas da infraestrutura. Em 2024, essas perdas somaram R$ 11,2 bilhões.
Diferentemente das perdas não técnicas, as perdas técnicas são esperadas e reconhecidas pela ANEEL com base em critérios de eficiência definidos para cada concessionária.
Distribuidoras de grande porte concentram prejuízo
O relatório destaca que as concessionárias com mercado acima de 700 GWh por ano concentram a quase totalidade das perdas não técnicas no país. Isso se deve ao grande território atendido, à complexidade das redes e à maior dificuldade de monitoramento em áreas com histórico elevado de irregularidades.
Redação