Indústria baiana pode ter retração de 0,27% após aumento de impostos sobre exportações para os Estados Unidos
A medida anunciada na última quarta-feira (30) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar para 50% a tarifa de importação sobre diversos produtos brasileiros a partir de 6 de agosto, pode gerar impactos econômicos significativos para a Bahia, segundo análise do Observatório da Indústria da FIEB.
De acordo com o estudo, a projeção é de uma retração de 0,27% no Produto Interno Bruto (PIB) do estado, o que representa uma perda estimada de R$ 1,3 bilhão, com base no valor do PIB baiano de 2024 (R$ 482,8 bilhões).
Setores mais afetados
Embora parte das mercadorias exportadas tenha ficado de fora da nova alíquota — o que reduz parcialmente os danos — diversos segmentos estratégicos continuam vulneráveis, com prejuízos diretos à produção, ao emprego e à competitividade da indústria baiana.
Entre os setores mais impactados estão:
- Produção de pneus (com cerca de US$ 99,6 milhões exportados em 2024);
- Produtos químicos;
- Cacau e seus derivados;
- Café, frutas (como manga, uva e goiaba), peixes e mel — itens que desempenham papel relevante nas economias dos municípios do interior.
Exportações em risco
Em 2024, a Bahia exportou US$ 882 milhões para os Estados Unidos, sendo 90% provenientes da indústria. Com a nova medida, apenas 37% desses produtos industriais foram excluídos da tarifa de 50%, enquanto os outros 63% permanecem sujeitos à taxação elevada.
FIEB propõe diálogo e medidas de apoio
Para a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o momento exige diplomacia comercial, diálogo técnico e ações coordenadas entre o poder público e a iniciativa privada.
“Acreditamos que o caminho para a superação dessa adversidade não está na retaliação, mas na construção de soluções conjuntas e sustentáveis. Defender nossas exportações é proteger investimentos, empregos e renda para nossa população”, afirmou o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos.
Diante do cenário, a Federação elaborou uma pauta com sugestões de apoio aos exportadores, que será debatida nos próximos dias em reunião do Grupo de Trabalho criado com o Governo da Bahia.
Entre as propostas estão:
- Mecanismos de crédito específicos para os setores prejudicados;
- Negociações com o governo federal para ampliar prazos;
- Busca por novos mercados internacionais.
Fonte: Redação com informações da Ascom