Municípios em situação crítica têm média de apenas um médico para cada dois mil moradores, revela levantamento nacional
A escassez de médicos lidera a lista de problemas enfrentados pela saúde pública brasileira. É o que mostra um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que avaliou o desenvolvimento na área da saúde em milhares de municípios de todo o país.
Segundo a pesquisa, nas cidades classificadas como críticas, há em média apenas um médico para cada dois mil habitantes. Já nos municípios considerados de alto desenvolvimento, essa proporção é de sete médicos para a mesma quantidade de pessoas. A diferença escancara o abismo na oferta de serviços de saúde entre as regiões do Brasil.
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) considera fatores como cobertura vacinal, número de consultas pré-natais, casos de gravidez na adolescência, internações por condições evitáveis e problemas relacionados ao saneamento básico. Dos 5.570 municípios analisados, 2.961 (53,2%) tiveram pontuação entre 0,6 e 0,8, o que indica desempenho moderado. No entanto, 2.179 cidades (39%) seguem em situação de baixo desenvolvimento.
O cenário é ainda mais preocupante em 323 municípios (5,8%), onde o índice aponta desempenho crítico. Apenas 107 cidades (1,9%) alcançaram alto nível de desenvolvimento na saúde.
O levantamento também destacou que, nos municípios mais vulneráveis, a taxa de internações por doenças causadas por saneamento inadequado chega a 74 casos a cada 10 mil habitantes — número quase 20 vezes maior que o registrado nas cidades mais desenvolvidas, com apenas quatro.
Outros dados chamam atenção: 41% das gestações em municípios críticos são de adolescentes, enquanto nas cidades com melhor estrutura o número cai para 12%. Já as internações por causas evitáveis com atenção básica somam 33,2% do total nos locais com menor desenvolvimento, contra 13,7% nos mais avançados.
O estudo reforça a urgência de políticas públicas eficazes para reduzir as desigualdades regionais e garantir acesso digno à saúde em todo o território nacional.
Fonte: Redação com informações Brasil 61