A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira (13), o ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro, Gilson Machado, em Recife (PE). A prisão foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito de uma investigação sobre uma suposta tentativa de obtenção fraudulenta de passaporte português para o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, com o objetivo de que ele deixasse o país.
A ação também incluiu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Mauro Cid, em Brasília. Embora inicialmente estivesse prevista a prisão do militar, o STF revogou o mandado pouco antes de sua execução. Ainda assim, Cid foi conduzido à sede da Polícia Federal para prestar depoimento.
PF e PGR mantêm detalhes sob sigilo
Em nota oficial, a Polícia Federal confirmou apenas o cumprimento dos mandados, sem revelar nomes ou detalhes da operação. A Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou a abertura de inquérito na última terça-feira (10), também informou que o caso corre sob segredo de justiça, o que impede a divulgação de informações mais específicas neste momento.
Segundo o portal G1, a PF investiga a atuação de Gilson Machado junto ao Consulado de Portugal em Recife na tentativa de obter o documento europeu para Mauro Cid. A iniciativa, se confirmada, poderia configurar obstrução de justiça e falsidade ideológica.
Trajetória e perfil do ex-ministro
Conhecido pelo estilo descontraído e por tocar sanfona em transmissões ao vivo ao lado de Bolsonaro, Gilson Machado tem um perfil multifacetado: é empresário do ramo turístico, sócio de uma pousada de luxo em São Miguel dos Milagres (AL), e ex-presidente da Embratur. Entre 2019 e 2022, ocupou o cargo de ministro do Turismo.
Após o fim do governo Bolsonaro, Machado tentou manter carreira política, mas não foi eleito nas disputas ao Senado (2022) e à prefeitura do Recife (2024). Atualmente, é filiado ao Partido Liberal (PL), que, em nota, declarou estar acompanhando com atenção o caso e aguarda esclarecimentos.
Reações à prisão
A equipe de assessoria pessoal do ex-ministro informou que aguarda orientação jurídica para se pronunciar oficialmente. Já o filho de Gilson, Gilson Filho, usou as redes sociais para comentar a detenção do pai:
“Estou muito triste com isso. O meu pai é um exemplo para mim e me ensinou valores importantes como integridade e família. Nunca cometeu um crime em toda a sua vida. Honro esses ensinamentos e estarei junto dele e da minha mãe, apoiando meus pais neste momento.”
Redação com informações Agência Brasil