Mesmo que o Brasil cumpra integralmente as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, o país continuará sofrendo consequências significativas das mudanças climáticas. A conclusão faz parte do Primeiro Relatório Bienal de Transparência do Brasil, elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e encaminhado à Convenção do Clima da ONU.
Alterações climáticas em todas as regiões
O documento identifica 14 ameaças climáticas específicas que afetam diferentes partes do território nacional. Entre elas, estão:
- Aumento das chuvas no Sul e ocorrência de chuvas extremas no Norte, Sudeste e Sul;
- Secas mais frequentes no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste;
- Elevação da intensidade dos ventos severos nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, fenômeno que pode intensificar tempestades, frentes frias e ciclones extratropicais.
Essas alterações trazem riscos não apenas para a população, mas também para setores estratégicos, como agricultura, energia e infraestrutura.
Impactos sobre oceanos e biodiversidade marinha
O relatório também destaca transformações preocupantes no ambiente costeiro e marinho. Entre os efeitos já observados e projetados estão:
- Elevação do nível do mar;
- Aumento da temperatura da água;
- Maior ocorrência de ondas de calor marinhas;
- Acidificação dos oceanos.
Essas mudanças comprometem a cadeia alimentar marinha, afetando espécies como peixes, corais e moluscos, com reflexos diretos na pesca e na economia de comunidades costeiras.
Compromisso internacional
As informações reforçam o desafio do Brasil em implementar medidas de mitigação e adaptação, mesmo diante de esforços alinhados ao Acordo de Paris. O relatório serve como alerta para a urgência de políticas públicas robustas, investimentos em tecnologia e ações coordenadas para reduzir os danos já previstos.
Redação