Uma pesquisa da Microsoft apontou que profissões que dependem fortemente de linguagem, produção de conteúdo, análise de dados e tarefas repetitivas ligadas a informações são as mais suscetíveis ao impacto de modelos de linguagem de inteligência artificial (IA).
Já ocupações que exigem trabalho manual, operação de máquinas ou atividades predominantemente físicas apresentam baixo potencial de substituição ou automação.
Sobre o estudo
O relatório, intitulado “Working with AI: Measuring the Occupational Implications of Generative AI” (“Trabalhando com IA: medindo as implicações ocupacionais da inteligência artificial generativa”, em tradução livre), foi publicado em 22 de julho como pré-print e ainda não passou por revisão de especialistas.
Os pesquisadores analisaram 200 mil conversas anônimas de usuários com o Copilot, assistente de IA da Microsoft, para identificar as tarefas mais executadas pela tecnologia, medir seu desempenho e avaliar a proporção do trabalho que pode ser realizado com apoio da IA.
A análise utilizou o banco de dados O*NET, referência nos EUA para definir funções e requisitos ocupacionais, e criou um “índice de aplicabilidade da IA”, que classifica as profissões conforme seu potencial de automação.
Profissões mais expostas à IA
Entre as carreiras com maior aplicabilidade de inteligência artificial estão:
Intérpretes e tradutores
Historiadores
Representantes de vendas
Redatores, jornalistas e revisores
Atendentes de suporte ao cliente
Programadores e analistas de dados
Professores universitários de negócios e economia
Consultores financeiros pessoais
Locutores, radialistas e operadores de telefonia
Analistas de pesquisa de mercado
Essas profissões envolvem atividades que podem ser parcialmente automatizadas pela IA, como análise de informações, criação de textos, atendimento remoto e gestão de dados.
Profissões menos afetadas
Por outro lado, ocupações que exigem habilidades físicas, presença manual e contato direto com equipamentos apresentam baixo índice de aplicabilidade, como:
Operadores de máquinas industriais
Auxiliares de enfermagem hospitalar
Técnicos em oftalmologia
Massagistas
Piloteiras e costureiras
Trabalhadores de pavimentação e manutenção rodoviária
Lavadores de louça, ajudantes de produção e reparadores
Engenheiros navais e cirurgiões bucomaxilofaciais
IA: apoio, não substituição completa
A pesquisa reforça que, mesmo nas profissões com alta automação, a IA tende a atuar como ferramenta de apoio, aumentando a produtividade e a eficiência, sem substituir totalmente o trabalho humano.
Os resultados estão alinhados a relatórios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da ONU, que alertam que até metade dos empregos no mundo pode ser afetada de alguma forma pela IA generativa.
Apesar dos riscos, os especialistas ressaltam que a tecnologia também cria novas oportunidades e demanda qualificação profissional para que trabalhadores possam se adaptar às mudanças no mercado.
Redação