Bolsa Brasileira trava e encerra o dia estável, apesar de otimismo lá fora
O dólar voltou a ganhar força nesta segunda-feira (12) e fechou em alta de 0,53%, vendido a R$ 5,68. A disparada foi puxada pelo anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e China, que agitou os mercados internacionais e fez investidores correrem para a moeda norte-americana.
No meio da tarde, a cotação chegou a ultrapassar os R$ 5,70, mas desacelerou nos momentos finais de negociação. Mesmo assim, o avanço foi suficiente para manter o clima de atenção entre analistas e investidores.
Enquanto o dólar subia, a bolsa brasileira ficou no freio. O Ibovespa, principal índice da B3, até tentou avançar, mas encerrou praticamente no zero a zero: alta tímida de 0,04%, aos 136.563 pontos. Ao longo do dia, o mercado alternou ganhos e perdas diante da cautela com os próximos passos da política econômica no Brasil.
O acordo entre EUA e China, revelado durante a madrugada no horário de Brasília, prevê uma redução drástica nas tarifas de importação: os EUA baixam de 145% para 30% as taxas sobre produtos chineses, enquanto a China reduz de 125% para 10% os encargos sobre mercadorias norte-americanas. As novas regras valem por 90 dias.
O impacto foi imediato. O dólar disparou no mundo inteiro com a expectativa de que os Estados Unidos ampliem sua presença no comércio global, especialmente no setor de commodities. Moedas de países emergentes, como o real, sentiram o baque.
Por aqui, a preocupação é outra: o efeito da alta do dólar na inflação. Se o câmbio seguir pressionado, aumenta a chance de o Banco Central subir novamente a taxa Selic já na reunião de junho — e o mercado está de olho. A ata do Copom, que será divulgada nesta terça-feira (13), pode dar pistas sobre o que vem por aí.
A semana, que começou com dólar em alta e bolsa travada, promete tensão e expectativa. E o investidor já sabe: qualquer movimento em Washington ou Pequim pode mudar tudo.
Fonte: Redação com informações da Reuters