Bolsa fecha em queda de 1,22% e volta aos 133 mil pontos em dia tenso no mercado financeiro
A divulgação de dados mais fortes do que o esperado na economia dos Estados Unidos provocou um dia de instabilidade no mercado financeiro brasileiro. O dólar comercial fechou esta segunda-feira (5) vendido a R$ 5,689, com alta de 0,63%, aproximando-se da marca de R$ 5,70. Ao mesmo tempo, a bolsa de valores caiu 1,22%, voltando ao patamar dos 133 mil pontos.
O dólar chegou a iniciar o dia em queda, recuando para R$ 5,63 por volta das 9h30. No entanto, a tendência mudou após a divulgação de indicadores que apontaram resistência no setor de serviços norte-americano, diminuindo as expectativas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) no curto prazo. Com o resultado desta segunda, a moeda acumula alta de 0,23% nos dois primeiros pregões de maio, mas ainda registra queda de 7,9% no ano de 2025.
A bolsa de valores brasileira também sentiu os reflexos do cenário externo e da movimentação no mercado de petróleo. O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o dia aos 133.491 pontos, com recuo de 1,22%. O desempenho negativo foi puxado principalmente pelas ações da Petrobras, que despencaram após a decisão da Opep+ de aumentar a produção global de petróleo, mesmo diante da queda nos preços internacionais.
Com a decisão do cartel, o preço do barril do petróleo tipo Brent caiu para US$ 60, pressionando ainda mais as ações da estatal brasileira. Os papéis ordinários da Petrobras fecharam em queda de 2,81%, cotados a R$ 31,77, enquanto as ações preferenciais recuaram 3,73%, encerrando a R$ 29,66, no menor patamar desde agosto de 2023.
O mercado também está atento ao calendário das próximas decisões de política monetária. Nos Estados Unidos, a reunião do Fed termina na quarta-feira (7) e a expectativa é que a autoridade monetária mantenha os juros elevados por mais tempo, diante da resiliência da economia. No Brasil, os investidores aguardam o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom), também previsto para quarta-feira, que deve definir o rumo da Taxa Selic.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda pelo Banco Central, os analistas do mercado esperam uma elevação de 0,5 ponto percentual na Selic, que pode subir de 14,25% para 14,75% ao ano. Essa expectativa adiciona cautela aos negócios e reforça a volatilidade observada nas últimas sessões.
O cenário internacional e as decisões de política monetária continuam no radar dos investidores, que seguem divididos entre o aperto monetário prolongado nos EUA e a necessidade de manter os juros elevados no Brasil para conter a inflação e atrair capital estrangeiro.
Fonte: Redação com informações da Reuters