A canonização de Irmã Dulce, em 13 de outubro de 2019, projetou para o mundo a história da primeira santa brasileira. Na ocasião, Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes recebeu o título de Santa Dulce dos Pobres, nome que traduz sua trajetória de dedicação aos mais necessitados. Porém, é o 13 de agosto, data de sua morte em 1992, que marca o dia litúrgico da santa. Curiosamente, o número 13 aparece em vários momentos de sua vida, como no dia de seu batismo e na data em que recebeu o hábito religioso, sendo considerado por muitos um símbolo de sorte e proteção.
Do galinheiro ao maior hospital da Bahia
Irmã Dulce faleceu aos 77 anos, de causas naturais, no Convento Santo Antônio, em Salvador. Um dos episódios mais emblemáticos de sua história aconteceu em 1947, quando transformou um galinheiro em abrigo para 70 doentes. Essa iniciativa foi o embrião do Hospital Santo Antônio, inaugurado anos depois no Largo de Roma. Em 1959, a instituição passou a se chamar Associação Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), hoje referência nacional no atendimento filantrópico.
Dedicação incansável
Conhecida pela determinação, Irmã Dulce batia às portas de autoridades, comerciantes e até da Presidência da República para pedir recursos destinados aos enfermos. Sua atuação atravessou fronteiras, rendendo indicação ao Prêmio Nobel da Paz em 1988 e um encontro marcante com o Papa João Paulo II.
Os milagres que levaram à santidade
A canonização de Irmã Dulce foi possível após o reconhecimento de dois milagres:
2001 – Itabaiana (SE): Cláudia Cristiane sobreviveu a uma hemorragia grave após receber uma relíquia da santa e ser alvo de orações familiares.
2019 – Salvador (BA): José Maurício Moreira, cego por 14 anos, recuperou a visão após rezar pedindo alívio de dores nos olhos.
Um legado de amor e serviço
A canonização de Irmã Dulce foi a terceira mais rápida da história, ocorrendo apenas 27 anos após sua morte. Hoje, as Obras Sociais Irmã Dulce realizam mais de 4 milhões de atendimentos gratuitos por ano em 23 núcleos, beneficiando pacientes oncológicos, pessoas com deficiência e moradores de rua. Sua vida e missão continuam inspirando gerações no Brasil e no mundo.
Redação