Índice de Confiança do Empresário Industrial revela queda no otimismo entre grandes empresas e nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste
A confiança do setor industrial brasileiro segue em compasso de alerta. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta semana, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) subiu em apenas 15 dos 29 setores avaliados e caiu em 14 no mês de junho. O estudo foi realizado entre os dias 2 e 11 e ouviu 1.766 empresários, sendo 694 de pequeno porte, 649 de médio e 423 de grande porte.
Apesar de alguns setores demonstrarem sinais de recuperação, como perfumaria, limpeza e higiene pessoal, e produtos de borracha, que passaram de um cenário de desconfiança para confiança, o cenário geral ainda é de preocupação. No outro extremo, o setor de bebidas deixou o campo positivo e entrou em território pessimista.
Com os novos resultados, o balanço geral de junho aponta 21 setores industriais com falta de confiança, sete otimistas e apenas um em estado neutro.
Grandes empresas puxam o pessimismo
O dado mais alarmante do levantamento está entre as grandes empresas, cujo ICEI recuou 0,5 ponto, caindo para 49,7 pontos — abaixo da linha dos 50, que separa otimismo de pessimismo. Já entre as pequenas e médias indústrias, o índice caiu 0,2 ponto em ambos os portes, mantendo o quadro de desconfiança generalizada.
Segundo Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, os resultados mostram um cenário de estagnação no sentimento empresarial:
“Com esse resultado, são apenas sete setores mostrando confiança. Os demais seguem demonstrando falta de confiança. Entre as regiões, o pessimismo se consolidou no Centro-Oeste e Sul, enquanto o otimismo ainda resiste no Norte e no Nordeste”, destacou.
Cenário regional: Norte e Nordeste mais otimistas
Na análise por região, o ICEI caiu 2,1 pontos no Centro-Oeste e 0,5 ponto no Sudeste. No Sul, o índice ficou estável, mas ainda dentro da faixa pessimista. Já as regiões Norte (+1,7) e Nordeste (+0,6) apresentaram melhora na confiança, mantendo um tom mais otimista frente ao restante do país.
Apesar das variações regionais e setoriais, o levantamento reforça um cenário de cautela no setor industrial brasileiro, ainda pressionado por incertezas econômicas, juros altos e demanda oscilante.
Fonte: Redação com informações Brasil 61