Primeiras projeções indicam leve alta em relação ao ciclo anterior, com destaque para soja e boas expectativas de clima e produtividade
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta terça-feira (14) a primeira estimativa para a safra de grãos 2025/26, prevendo uma produção total de 354,7 milhões de toneladas. O volume representa um leve aumento em relação ao ciclo anterior e consolida o Brasil como um dos principais produtores agrícolas do mundo.
Os dados foram apresentados durante o 1º Levantamento da Safra de Grãos da Conab, que contou com a participação do presidente da Companhia, Edegar Pretto, e do gerente de Acompanhamento de Safras, Fabiano Vasconcellos. As projeções também foram destacadas no podcast ConabCast, que detalhou as tendências para o novo ciclo agrícola.
Expectativa de novo recorde na agricultura brasileira
Segundo o levantamento, a estimativa mantém a trajetória de crescimento da agricultura nacional, sustentada por melhorias tecnológicas, ampliação de área cultivada e boas condições climáticas. De acordo com a Conab, fatores como o uso de sementes de alta performance, irrigação eficiente e manejo aprimorado devem contribuir para ganhos de produtividade nas principais culturas.
O resultado previsto está em linha com o estudo “Perspectivas para a Agropecuária 2025/26”, que projetava uma safra de aproximadamente 353,8 milhões de toneladas. A diferença entre as estimativas decorre de ajustes metodológicos e novas informações de campo.
Principais destaques por cultura
- Soja: continua como carro-chefe da produção nacional, com expectativa de recuperação em áreas afetadas por clima irregular no ciclo anterior;
- Milho: deve manter bom desempenho, impulsionado pela safrinha e pela demanda internacional;
- Arroz e feijão: seguem com estabilidade, reforçando a segurança alimentar interna;
- Algodão e trigo: apresentam boas perspectivas em função de tecnologia e exportações.
Desafios e pontos de atenção
A Conab destacou que o cenário ainda requer atenção quanto a fatores como custos de produção, variações climáticas e infraestrutura logística. Apesar do otimismo, o impacto do clima nas regiões produtoras de milho e soja, além da pressão sobre transporte e armazenagem, podem influenciar o resultado final da safra.
Outro desafio apontado é o alto custo dos insumos agrícolas, especialmente fertilizantes e defensivos, que continuam dependentes do mercado internacional. A manutenção de políticas públicas de crédito rural e seguro agrícola será fundamental para garantir estabilidade ao produtor.
Importância estratégica da safra
Com o resultado previsto, o Brasil reafirma seu protagonismo global no agronegócio. O país se consolida entre os maiores exportadores de soja, milho e algodão, além de fortalecer o abastecimento interno e a segurança alimentar. A Conab ressalta que as estimativas podem ser ajustadas ao longo dos próximos levantamentos, conforme o avanço do plantio e o comportamento climático nas principais regiões produtoras.
Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) / Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar