A maternidade no Brasil está passando por uma transformação. Dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE, revelam uma tendência consolidada: as mulheres brasileiras estão tendo menos filhos e deixando para engravidar mais tarde.
Segundo o levantamento, a taxa de fecundidade total caiu para 1,55 filho por mulher em idade reprodutiva (de 15 a 49 anos). É o menor índice já registrado e confirma uma queda constante que começou ainda na década de 1960, quando a média era de 6,28 filhos por mulher.
Esse declínio coloca o país, mais uma vez, abaixo da chamada taxa de reposição populacional, fixada em 2,1 filhos por mulher — patamar necessário para que a população se mantenha estável ao longo do tempo. O Brasil está abaixo desse nível desde 2010, o que reforça preocupações sobre o envelhecimento populacional e os futuros desafios econômicos e sociais.
A pesquisa também reflete mudanças nos hábitos, na carreira das mulheres e no acesso à educação e aos métodos contraceptivos. A maternidade tardia, fenômeno crescente nas últimas décadas, ganha cada vez mais espaço no perfil das brasileiras.
Especialistas alertam que essa transição demográfica pode impactar desde políticas públicas até o mercado de trabalho e a previdência social. O Brasil, assim como outros países em desenvolvimento, caminha rumo a um novo cenário populacional — com menos nascimentos e uma população cada vez mais envelhecida.
Redação